Um show e uma entrevista coletiva marcaram a retomada do núcleo de teledramaturgia da Band, emissora que há sete anos não conta com uma novela brasileira na grade de programação – a última foi Meu Pé de Laranja Lima, em 1998. Para anunciar Floribella, atração que entra no ar no dia 4 de abril, a Band convocou imprensa e convidados para uma manhã musical no Via Funchal, em São Paulo. No palco, atores e atrizes cantaram e dançaram para apresentar a história de Flor, prevista para ficar no ar durante nove meses. Coreografados e nem tão bem ensaiados assim, todo o elenco apresentou seu personagem num musical que lembrou vagamente o filme A Noviça Rebelde. A preocupação com a apresentação do show tem uma explicação: um CD com 12 músicas já foi gravado e servirá de base para apresentações da banda da novela em shows reais que acontecerão depois que o folhetim terminar.

O estilo mexicano da produção tem uma explicação. Da mesma autora de Chiquititas, a história de Floribella foi escrita pela atriz e produtora argentina Cris Morena, portanto engana-se quem pensa que a nova atração da Band seja 100% brasileira. A produção chega às telas do país com uma história recheada de clichês que infestam as tramas mexicanas e com uma fórmula bem conhecida dos brasileiros: a saga de Cinderela adaptada aos dias atuais.

O papel de cinderela do século XXI cabe a Juliana Silveira, que pela primeira vez viverá uma protagonista. “A Flor tem alguma coisa de Cinderela porque ela tem um lado infantil, mas que não é bobo. O mais legal desse projeto é que todo o elenco tem uma integração muito boa, uma vibração que tem tudo para dar certo”. Desde janeiro trabalhando no desenvolvimento de Flor, Juliana afirma que o sucesso da trama alcançará primeiro as crianças. “A novela vai chamar a atenção dos pequenos mesmo, mas depois toda a família vai passar a gostar porque Floribella é um programa para a família”.

Dividindo os holofotes com Juliana estará o personagem Frederico, de Roger Gobeth. Depois de papéis em novelas da Globo, o ator aceitou o desafio de deixar a emissora para interpretar o par romântico de Flor. “Estou num momento muito feliz da minha carreira porque este será um bom trabalho na TV. Na Globo tive oportunidades, mas nunca fui contratado da emissora e quem vive de interpretação sabe que essa é uma carreira nômade”. Para preparar seu personagem, Gobeth teve aulas de coreografia e dança, assim como parte do elenco. “Embora eu tenha uma formação musical, por enquanto eu não vou cantar nos shows”.

Para o vice-presidente da Band, Marcelo Parada, a volta da teledramaturgia à emissora acontece pela porta da frente. “Não inventaram um gênero que o brasileiro goste tanto quanto novela, por isso procuramos um produto diferente e com uma linguagem pouco usual na televisão. Floribella é diferente de tudo que temos no Brasil”.

Mesmo com o déjà vu provocado por mais um roteiro importado, se a produção for traçar o caminho de Chiquititas terá uma trajetória de sucesso pela frente. O que se sabe é que a banda de Flor se tornará realidade e fará um show assim que a novela acabar e que a protagonista assinará produtos como esmaltes, tênis, patinetes e CDs que estarão em todas as lojas. Quanto maior o sucesso da novela maior o lucro comercial.