Política Titulo Editorial
Direito ao sossego
Do Diário do Grande ABC
16/11/2015 | 08:43
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Aline Pietri/DGABC


Diminuíram no último ano os números dos chamados pancadões, que se caracterizam pela aglomeração de pessoas dançando ao redor de carro com som extremamente alto, registrados pela Polícia Militar no Grande ABC. Mas o fenômeno social, característico das cidades grandes, ainda é problema bastante significativo. Em primeiro lugar porque se transformaram em eventos em que o consumo de drogas ilícitas e álcool corre solto, com graves consequências para a saúde e a segurança dos frequentadores. Depois, porque causam incômodo aos vizinhos.

Boa parte dos sete municípios da região criou mecanismos próprios para combater a proliferação dos bailes a céu aberto, que ocorrem sem nenhum tipo de regulamentação. Talvez decorra daí a queda de frequência registrada pela PM. De acordo com a corporação, o Grande ABC foi palco de 743 pancadões de janeiro a outubro deste ano, quase duas centenas a menos do que os realizados no mesmo período de 2014: 938.

Mesmo com a colaboração das cidades, o comando da PM sente falta de instrumentos mais eficazes para garantir segurança e tranquilidade aos bairros escolhidos para serem sede desses eventos. É por isso que a aprovação de projeto de lei que proíbe a prática pela Assembleia Legislativa, estipulando a aplicação de multa de R$ 1.000 aos responsáveis pela organização dos bailes, deve auxiliar os soldados.

Cabe agora ao governador Geraldo Alckmin (PSDB) sancionar a lei, que vai garantir o tão merecido sossego para a população paulista. Sem se esquecer, no entanto, de que os jovens precisam ter locais para se divertir, com a tranquilidade e o conforto possíveis. Ao mesmo tempo em que proíbe os pancadões, uma medida acertada, o chefe do Executivo estadual deve envidar esforços para oferecer alternativas àqueles que frequentavam os bailes a céu aberto com o único intuito de se divertir. Seria excelente oportunidade, inclusive, para resgatar um pouco da combalida imagem do Palácio dos Bandeirantes, bastante arranhada depois do inexplicável e inoportuno fechamento de 94 escolas.  




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