Na noite em que os olhos de todo o mundo estavam voltados a Paris após os ataques terroristas que a capital francesa sofreu ontem, com centenas de mortos e muitos feridos – leia mais na página 8 do caderno Política –, Argentina e Brasil disputaram um dos principais clássicos do futebol mundial pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2018. O duelo, que fora adiado do dia anterior por conta da forte chuva em Buenos Aires e impossibilitou a utilização do gramado do Estádio Monumental de Nuñez, teve empate por 1 a 1.

Se analisada a tabela, o resultado foi ruim sobretudo aos vizinhos. O Brasil voltou ao quinto lugar – zona da repescagem –, com quatro pontos, enquanto a Argentina tem dois, apenas na oitava colocação.

O confronto marcou o encontro daquilo que Dunga tem de melhor, contra uma equipe de Gerardo Martino apenas mista, consideravelmente desfalcada por Messi, Agüero, Tevez e Zabaleta. E, mesmo assim, os hermanos mandaram no primeiro tempo. Di María chamou a responsabilidade e era o mais perigoso do time argentino. Com Mascherano e Biglia na contenção, Banega era o principal armador da equipe, enquanto Lavezzi e Higuaín se posicionavam à frente.

Do lado brasileiro, excesso de passes e botes errados. Com marcação dura, os visitantes até conseguiram impedir uma pressão inicial. Porém, no toque de bola, os donos da casa passaram a encontrar espaços. Até certo momento, o goleiro Alisson conseguiu salvar o Brasil. Mas, aos 33 minutos, não deu. Di María recebeu no meio de campo e, cercado por três adversários, enfiou para Higuaín, que aproveitou antecipação errada de David Luiz, foi à linha de fundo e cruzou rasteiro para Lavezzi empurrar à rede.

A primeira chance real do time verde e amarelo foi aos 40, por meio de bola parada. Willian cobrou escanteio e David Luiz cabeceou com perigo. 

Com Neymar, Lucas Lima e Ricardo Oliveira até então apagados, a defesa argentina pouco trabalhava. Do outro lado, o ataque assustava. No primeiro minuto da etapa final, Banega parou na trave.

Em lance isolado, no entanto, o Brasil igualou. Coincidência ou não, logo após Dunga trocar Ricardo Oliveira por Douglas Costa. O atacante que saiu do banco aproveitou levantamento da direita e acertou o travessão. No rebote, Lucas Lima pegou de primeira: 1 a 1.

O gol animou a Seleção. Mas os argentinos pareciam mais interessados na vitória. E quando David Luiz foi expulso no fim – fez duas faltas praticamente seguidas – o jogo ganhou mais emoção. Mas não houve tempo suficiente para alterar o placar.