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Países ricos devem manter financiamento de dívidas, pede FMI
Do Diário do Grande ABC
17/04/2000 | 16:24
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O Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI) pediram nesta segunda-feira que os países industrializados mantenham os compromissos de financiamento dos países em desenvolvimento, para acelerar os programas de alívio da dívida.

O ministro das Finanças da Gra-Bretanha, Gordon Brown, disse que ``existe uma vontade de eliminar os obstáculos que impedem os países de levar adiante o processo'.

A iniciativa de reduçao de dívida dos países pobres muito endividados, relançada em junho de 1998 durante a reuniao do G-8 em Colônia (Alemanha), ganhou nova força nos últimos meses, depois de ficar retida em obstáculos administrativos durante anos.

Atualmente um país precisa de três anos, depois que foi selecionado para o programa, para conseguir alguma reduçao efetiva da dívida.

``Estamos muito decepcionados com a demora dos procedimentos', disse nesta segunda-feira o ministro das Finanças da India, Yashwant Sinha. Ele também pediu aos países ricos que assumam parte da responsabilidade, em lugar de transferi-la para ``os países em desenvolvimento que cumprem com as obrigaçoes de reembolso da dívida, apesar de muitas dificuldades'.

Na América Latina, Bolívia e Guiana já começaram a se beneficiar da iniciativa. Honduras e Nicarágua sao os outros dois países que podem entrar, antes do fim do ano, no programa. Mas falta dinheiro para o programa, em especial a parte correspondente ao Banco Mundial e aos bancos regionais de desenvolvimento, ressaltou o presidente do Banco Mundial, James Wolfeson.

A ministra norueguesa de Desenvolvimento, Anne Kristin Sydnes, que representava os países nórdicos - os mais generosos em matéria de ajuda ao desenvolvimento - pediu nesta segunda que os países ricos ``prestem imediatamente atençao ao fato de que o financiamento da iniciativa (do alívio das dívidas) continua sendo um problema'.

O vice-primeiro-ministro russo, Viktor Khristenko, também destacou o ``impacto negativo da iniciativa', sobre tudo para os outros países pobres e endivididados, assim como para os pequenos bancos de desenvolvimento regional, cujos acionistas nao têm muitos recursos.

Gordon Brown falou de outro dos motivos para a demora no programa. ``Temos que ter certeza de que o dinheiro poupado com o alívio da dívida será usado em esforços contra a pobreza. Em outras palavras, o dinheiro que seria usado para pagar a dívida deve ser destinado a fundos contra a pobreza'.

O G-7 prometeu criar um grupo de trabalho para ajudar os países escolhidos pelo programa. Eles freqüentemente precisam de ajuda ou de pessoal experiente para satisfazer rapidamente as exigências das instituiçoes financeiras internacionais, que querem programas concretos de luta contra a pobreza em troca do alívio da dívida. Pelas regras do programa o dinheiro economizado deve ser destinado prioritariamente à educaçao, à saúde e à luta contra a corrupçao.




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