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População discute utilização de áreas com oleodutos
Ana Macchi
Do Diário do Grande ABC
09/02/2003 | 19:45
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O projeto de conscientização ambiental da Petrobras intitulado Convivência com Responsabilidade deve ser concluído ainda neste ano, com o fim da discussão comunitária em torno de como as faixas de terrenos que têm oleodutos ou gasodutos serão utilizadas pelos moradores.

Santo André, São Bernardo, Diadema e São Caetano são as cidades da região beneficiadas com a proposta. Ao todo, o Estado de São Paulo soma 940 quilômetros de faixas. Próximo delas moram milhões de pessoas. “Queremos orientar a população e discutir qual é a melhor solução para evitar acúmulo de lixo e de esgoto nos terrenos. Os projetos são localizados e podem virar hortas, jardins ou pistas de cooper. O assunto será tratado diretamente com as comunidades envolvidas. Não se trata de remoções”, disse Alberto Mitsuya Shinzato, gerente de terminais terrestres e oleodutos da São Paulo Transpetro, subsidiária da Petrobras.

O projeto começou nas faixas por onde passam o Obati (Oleoduto Barueri/Utinga), com 50 quilômetros, 14 deles no Grande ABC. “Os nossos agentes comunicam as situações de risco e os problemas ambientais da área. Em uma faixa de Diadema, por exemplo, já temos projeto de horta em andamento.”

Entre tantas outras áreas cortadas pelos dutos da Petrobras, as do Parque São Bernardo, região de baixa renda, especialmente, têm várias famílias que moram próximas das tubulações e mal sabem o que circula dentro delas.

Muitas se reuniram há pouco tempo com a Prefeitura e a Petrobras para discutir o destino da rua Oleoduto, onde moram. “Sei que a Prefeitura pretende isolar essa rua e abrir uma outra via principal. Vou ter de demolir a minha casa e construir outra para liberar o terreno. Estamos esperando a reurbanização da favela”, disse a moradora Marinez Mathias dos Santos, 28 anos. Ela tem dois filhos de 11 anos e 5 anos que brincam na faixa da Petrobras.

Ela, como a maioria dos moradores mais novos, não sabe quais são os produtos que passam por baixo da terra. “Tenho um aviso sobre as tubulações bem na minha porta. Só sei que pode ser perigoso e morro de medo de uma explosão”, disse a dona-de-casa Selma da Silva, 32 anos.

Ciente do risco, o motorista José Cícero, 46 anos, não teme morar tão próximo aos dutos. “Nunca aconteceu nada. Os tubos cortam quase todo o parque”, disse. Apesar disso, vizinhos contam que, freqüentemente, as pessoas acendem fogueiras ou disparam fogos no terreno.




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