Nacional Titulo
Polícia identifica líder de seqüestro em Campinas
Do Diário do Grande ABC
04/04/2000 | 13:49
Compartilhar notícia


A Polícia Civil de Campinas iniciou um cerco para tentar prender Ronaldo de Oliveira, apontado como o líder da quadrilha responsável por uma onda de seqüestros na regiao.

Segundo o titular do Setor de Crimes Contra o Patrimônio, Joel Antonio dos Santos, ele foi reconhecido formalmente, através de fotos, pelas vítimas de oito dos nove seqüestros registrados desde outubro do ano passado. Seis pessoas presas sob acusaçao de trabalhar para a quadrilha também apontaram Oliveira como o chefe do bando.

De acordo com o delegado, Ronaldo é filho de Manoel de Oliveira, uma dos integrantes da quadrilha que no ano passado seqüestrou o músico Wellington de Oliveira, irmao da dupla sertaneja Zezé di Camargo & Luciano. O criminoso está preso em Curitiba enquanto outros integrantes da quadrilha cumprem pena em Goiás.

Segundo o policial, Ronaldo nao tinha envolvimento com a criminalidade até outubro do ano passado, quando realizou seu primeiro seqüestro. "Ele já está com a prisao preventiva decretada", disse o delegado.

Utilizando armamento pesado, o criminoso se caracteriza pela ousadia. Ao abordar as vítimas, faz questao de identificar-se como membro da "família Oliveira". Outra característica da quadrilha é seqüestrar sempre duas ou mais pessoas da mesma família. Enquanto uma das vítimas, geralmente criança, é mantida em cativeiro, as outras sao libertadas para conseguir o dinheiro exigido pelo bando.

Esse modelo de açao ocorreu nos últimos três seqüestros registrados na regiao. Em fevereiro, o empresário Ricardo Germani, de Sao Paulo, foi seqüestrado junto com seu filho, Ricardo, de 25 anos. O pai foi liberado no dia seguinte, mas o filho ficou em poder dos seqüestrados, até a família pagar o resgate de R$ 130 mil. Em março, foi a vez do empresário Luiz André Matarazzo, de Indaiatuba, ser levado junto com seu filho Gonçalo, de onze anos. Libertado no dia seguinte, Matarazzo só obteve a libertaçao do filho cinco dias depois, ao pagar R$ 100 mil aos seqüestradores.

O caso mais recente aconteceu no dia 26 de março, quando a quadrilha seqüestrou o empresário Antonio Gabriel Taramelli, de Sao Sebastiao da Grama, e sua filha, Patrícia, de onze anos. Taramelli foi solto no dia seguinte, mas a menina só foi libertada no último final de semana, na periferia de Indaiatuba, após o pagamento do resgate, cujo valor nao foi revelado. "Nesse caso, ainda nao temos o reconhecimento formal, mas a maneira de agir é idêntica", diz o delegado.

Ronaldo também foi reconhecido por outras vítimas, seqüestradas em Vinhedo, Campinas e Monte Mor. Em todos esses casos, os locais escolhidos para cativeiro ficavam na regiao de Hortolândia e Monte-Mor. "A quadrilha conhece muito bem essa área", diz o delegado. Segundo ele, as seis pessoas presas até agora confessaram ter trabalhado para quadrilha como vigias do cativeiro. "A cada seqüestro, eles contratam novas pessoas para tomar conta das vítimas", explica. A cúpula da polícia estuda a possibilidade de divulgar o retrato de Ronaldo para ajudar na sua captura. "Tudo indica que isso será feito", disse o delegado.

A Delegacia de Investigaçoes Gerais (DIG), em Campinas, também está recebendo denúncias anônimas pelo telefone (0xx19)231-1050. "Estamos checando todas as informaçoes que possam conduzir à prisao da quadrilha", afirmou o policial.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;