A Estação Pinacoteca de São Paulo recebeu no final da tarde desta quinta-feira mais dois quadros que haviam sido roubados no dia 12 de junho. Policiais da Deic (Delegacia de Repressão a Roubos Especiais do Departamento de Investigações sobre Crime Organizado) recuperaram os quadros "Mulheres na Janela", do pintor Di Cavalcanti, e "O Casal", de Lasar Segall. Os quadros foram encontrados no início da noite de quarta-feira em Guaianases, Zona Leste da capital.

Em 19 de julho, a gravura "O pintor e seu modelo", de Pablo Picasso, foi devolvida à Pinacoteca. Apenas uma obra permanece desaparecida: "Minotauro, Bebedor e Mulheres", também de Picasso.

Das seis pessoas envolvidas com o roubo, três continuam foragidas, com prisão decretada: Marcelo Dias de Souza, o líder da quadrilha; Paulo César Soares; e Diego Constantino de Oliveira, proprietário da casa onde foram encontrada as obras. Já estão presos Ueslei Teobaldo, Alex Santana dos Santos e Edmilson Silva do Nascimento, detido na quarta-feira.

As duas obras devolvidas nesta quinta-feira estão em boas condições, assim como a encontrada no mês de julho. De acordo com o diretor do Deic, Youssef Abou Chaahin, o roubo não foi encomendado, "houve oportunidade e conveniência". Segundo ele, somente depois do roubo é que a quadrilha começou a procurar possíveis compradores. Até o momento, a polícia não tem informações sobre possíveis pessoas dispostas a pagar pelas obras. O diretor acredita que os assaltantes foram motivados pela freqüente exposição na mídia do valor elevado das obras de arte.

Algumas das pessoas acusadas de roubar os quadros da Pinacoteca não são réus primários. Marcelo Dias de Souza tem passagem por homicídio e roubo; e Ueslei Teobaldo, por tentativa de homicídio.

A polícia descartou ligação da quadrilha com o grupo que levou as obras do Masp (Museu de Arte de São Paulo), em dezembro do ano passado. Na ocasião, dois quadros foram roubados: "O Lavrador de Café", do pintor brasileiro Candido Portinari, e o "Retrato de Suzanne Bloch", do espanhol Pablo Picasso. Os quadros foram recuperados no início de janeiro.

Chaahin diz já ter informações seguras de que a última obra roubada está em poder de um dos foragidos, na cidade de São Paulo. No entanto, ele não quis dar mais informações sobre as investigações.