O Ministério da Agricultura vai firmar nos próximos dias uma parceria com a Associação Brasileira de Estudos e Combate ao Doping e com o Conselho Federal de Educação Física do Distrito Federal e Tocantins para coibir a venda irregular de produtos destinados à engorda animal e que são utilizados por jovens com o objetivo de adquirir massa muscular.

Após uma reunião no Ministério, o presidente da associação, Alexandre Pagnani, informou que o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, propôs a instalação de um conselho para intensificar a fiscalização na venda de produtos veterinários. Também participou do encontro o presidente do Conselho Federal de Educação Física do Distrito Federal e Tocantins, Lúcio Rogério dos Santos.

Estimativas indicam que cerca de 10 mil lojas comercializam produtos veterinários no país. O governo não tem controle da totalidade das vendas desses medicamentos, afirmou Rogério dos Santos. Para comprovar o argumento de falta de controle, eles mostraram ao ministro vários medicamentos de uso animal comprados numa loja de produtos agropecuários de Suzano, em São Paulo. Muitos deles têm comercialização proibida no país, como a substância Androgenol. “O pior é que o vendedor me deu nota fiscal”, afirmou Pagnani.

A compra foi feita em 13 de setembro, poucos dias depois da morte do estudante Jackson Vieira de Souza, 21 anos, que injetou o anabolizante Estigor, proibido no país desde 1991.