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Dirceu diz que governo não aceitará remarcação de preços
28/01/2004 | 22:43
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  O ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, advertiu nesta quarta que o governo não aceitará remarcação de preços e uma corrida das empresas para aumentar os lucros a curto prazo. “Nós não podemos aceitar e não pode acontecer – o ministro Palocci já disse isso – remarcação de preços. Não pode começar a haver uma corrida para aumentar os lucros com uma visão de curto prazo”, afirmou.

Dirceu assinalou que o país precisa de investimentos externos e aumento da demanda para conseguir proporcionar empregos e renda. “O papel mais importante do desenvolvimento do Brasil são os investimentos externos, que crescem, como se viu em janeiro. As contas externas do país estão numa posição privilegiada e os juros são os mais baixos dos últimos nove anos”, afirmou.

Isso mostra, segundo Dirceu, que as condições para a retomada do crescimento estão dadas. Ele afirmou que o país tem condições de crescer neste ano, independentemente da discussão sobre a necessidade do governo contingenciar os recursos do Orçamento para cumprir suas metas fiscais. “O governo vai investir neste ano três vezes mais do que investiu em 2003”, disse. “Isso está no Orçamento (Geral da União) e no acordo com o Fundo Monetário Internacional. Agora, cabe aos investimentos privados o papel mais importante no desenvolvimento do país”, disse Dirceu.

O ministro da Fazenda, Antônio Palocci, disse nesta quarta, após desembarcar em Genebra (Suíça), que não está ocorrendo no Brasil um movimento generalizado de aumento de preços. “São preços de característica estritamente sazonal, como escola, e alguns produtos agrícolas que estão na entressafra”, afirmou. “Eu não vejo com preocupação a inflação neste aspecto. E o governo tem uma decisão absolutamente prioritária, que é de não deixar a inflação voltar. Não tenho nenhum medo de que a inflação volte.”

O ministro, que acompanha o presidente Lula em visita oficial à Suíça, frisou que os dados disponíveis até este momento mostram um aumento de inflação tipicamente sazonal. “Vamos acompanhar. É hora de acompanhar, regular as medidas, verificar como se dão o seu desenvolvimento ao longo ano”, disse. “Eu não vejo indício de problemas no campo monetário.”

Palocci rebateu as críticas de que a política econômica seja ortodoxa demais. “Mudança de estratégia se faz quando você está perdendo o jogo. Por exemplo, no jogo do Brasil contra o Paraguai (pelo Pré-Olímpico, no qual a Seleção foi desclassificada) era necessária uma mudança de estratégia, tanto que o resultado foi negativo”, disse. “A economia brasileira reequilibrou suas contas, conseguiu combater a inflação, teve um resultado excepcional nas contas externas no ano passado.” Segundo ele, “mudar de rota” agora seria “um erro grave”.




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