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S.Caetano faz tributo a Raul Seixas
Dojival Filho
Do Diário do Grande ABC
20/08/2005 | 09:02
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"Toca Raul!". Um dos pedidos mais conhecidos no meio musical será plenamente atendido neste domingo, a partir das 15h, durante o Tributo a Raul Seixas, promovido pela Diretoria de Cultura da Prefeitura de São Caetano, em homenagem aos 16 anos da morte do cantor e compositor baiano. O evento, aberto ao público, será realizado no Espaço Verde Chico Mendes (avenida Fernando Simonsen, 566, Bairro Cerâmica, São Caetano), a partir das 15h.

O Tributo integra o Programa Domingo no Parque e será composto por duas etapas. Na primeira, o cantor Márcio Augusto sobe ao palco do Chico Mendes para interpretar músicas do repertório do "Maluco Beleza", como Gita e Ouro de Tolo. Em seguida, a homenagem será encerrada com um show de Roberto Seixas, reconhecido pelo próprio Raul como o único cover interessante de seu trabalho.

A continuidade ideológica e musical da obra de Raul Seixas rendeu ao cover algumas letras inéditas do ídolo, entregues pela mãe de Raul, Maria Eugênia Seixas. Duas delas já foram gravadas por Roberto. A primeira, Elis, Elis (homenagem à cantora Elis Regina) integra o primeiro disco do sósia, O Trem da Linhagem, lançado em 1991. A segunda chama-se O Nada Deve Existir, que integra o repertório do disco Roberto Rock Seixas, de 1997.

Na apresentação no Chico Mendes, Roberto Seixas estará acompanhado pela banda Metamorfose Ambulante, composta por Lobão Júnior (bateria), Zenna Blues Boys (baixo), Steve Bigas (guitarra) e Leandro Tavares (teclado). Ao longo de 18 anos de carreira, Roberto gravou outros dois discos - Na Contramão, de 2001, e Verdade Absoluta, de 2003.

Carimbador Maluco - Nascido em Salvador, na Bahia, em 28 de junho de 1945, Raul Santos Seixas foi influenciado desde a adolescência pelos pioneiros do rock norte-americano, como Jerry Lee Lewis e, principalmente, o rei Elvis Presley. No início da década de 60, criou sua primeira banda, Rauzito e seus Panteras, que, apesar de ter sido a banda de rock mais popular na terra do dendê e do acarajé, resultou em um grande fracasso de vendas.

Em 1972, foi um dos finalistas do Festival Internacional da Canção, com a música Let Me Sing, Let Me Sing, em que misturou guitarras e zabumbas no mesmo caldeirão. Anos mais tarde, Raul revelou que só não venceu o festival porque os censores da ditadura militar interferiram no resultado.

A consagração nacional não demorou a chegar. Durante a década de 70, enfileirou um sucesso atrás do outro, com Krig-Ha Bandolo (73), Gita (74) e Eu Nasci Há Dez Mil Anos Atrás (76). Nos anos 80, Raul começou a apresentar sérios problemas de saúde, relacionados principalmente ao consumo excessivo de álcool, o que começou a prejudicar a sua carreira. Ainda assim, gravou canções inesquecíveis, como Rock das Aranha, Metrô Linha 743 e Cowboy Fora da Lei.

Em 1988, iniciou uma parceria com o cantor Marcelo Nova (ex-Camisa de Vênus), com quem gravaria seu último disco, A Panela do Diabo, lançado no ano seguinte. Em 21 de agosto de 1989, Raul faleceu, vítima de uma pancreatite aguda. Naquele dia, o "Carimbador Maluco" cumpriu, enfim, a sina descrita em várias de suas canções: resolveu seguir viagem e buscar as muitas estrelas que existem por aí.




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