Cultura & Lazer Titulo
Final fora de padrão
Thiago Mariano
Do Diário do Grande ABC
29/03/2011 | 07:32
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Este pode ter sido o pior 'Big Brother' da história - e a audiência, o maior fiasco de todas as edições, está aí para provar -, mas será, também, o de final mais atípica. Não houve quem ficasse pelas beiradas - todos tiveram seu momento de réu em julgamento. E hoje, na final, quem sair incólume encontrará na vitória não o regozijo de uma guerra vencida, mas a sorte de ter passado como o ‘menos pior'.

Nesta edição, a polarização dos grupos não teve força de fazer com que o público embarcasse no partido de um contra o outro, pelo menos não igual às outras edições. E foi praticamente uníssona as opiniões com relação aos brothers eliminados.

Desde o dia 1º, com a saída de Janaína e Diogo no mesmo paredão, os seis jogadores que foram eliminados seguidamente saíram com expressiva votação para paredões triplo, todos com mais de 60%, com exceção de Rodrigão, que caiu fora do jogo com 51% dos votos.

Não passou em branco o calculismo de Talula, os julgamentos equívocados de Maurício, o jogo duplo de Jaqueline, a descarada falta de partido de Paulinha, a falta de representatividade de Rodrigão e a chatice individualista de Diana (que resistiu a cinco paredões para ser eliminada no domingo à noite, com 75% dos votos contra).

Sobraram Daniel, Maria e Wesley. Muita gente comemora o fato de ver três amigos chegarem à final juntos. E conta a questão de que nenhum brother é malquisto pelo público que torce pelo outro.

Daniel, o favorito até as últimas semanas, nas enquetes que correm pela internet, nos últimos dias perdeu o favoritismo para a atriz são-bernardense Maria e o médico capixaba Wesley. Nem as velhinhas que o pernambucano cuida no asilo que montou parecem compadecer o público desapontado com a língua ferina de Daniel, que nos últimos dias, ao lado de Diana, soltou veneno contra o casal de amigos.

Numa edição sem vilões nem mocinhos, o mais sensato critério para escolher o vencedor deveria ser de participação, e, neste quesito, Daniel e Maria ganham de qualquer outro participante do 'BBB11'. Os dois protagonizaram os melhores momentos do programa.

O administrador pernambucano, que de início mostrou-se reservado, aos poucos, ao lado do ex-colega Lucival, soltou a franga e conquistou o público por ser debochado, consigo e com os outros, e conselheiro sensato.

Maria, por quem ninguém dava nada no primeiros dias de programa, foi a peça fundamental para o movimento do jogo. Desde o dilema após o improvável retorno do seu ex-ficante Maurício à casa, que combinou com a chegada de Wesley, seu novo affaire, até a busca pastelona dela em reconquistar o primeiro alvo, é ela o destaque das edições.

A última mulher na casa foi também a mais julgada, tanto dentro quanto fora do reality. Os apelos carolas de que Maria é assanhada, felizmente, não serão desabonadores em sua sentença final. Pelo que parece o público está mais preocupado em premiar quem cuida da própria felicidade e não se preocupa com a opinião alheia.

Wesley, que nunca antagonizou nem protagonizou os seis paredões pelos quais passou, poderiamos dizer que foi o que passou pelas beiradas. Mas, para o garotão boa-pinta que chegou na casa apenas querendo curtir, o enlace com a Maria, e as juras de amor eterno dão ao seu ar bonachão um quê de jogada de mestre. É esperar pra ver: a resposta desta pergunta pode estar além do jogo, dependendo de como esse romance vingará.




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