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Oposição faz ‘megaprotesto’ na Venezuela
Carla Soares
Do Diário OnLine
Com Agências
20/12/2002 | 21:53
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No 19º dia de paralisação geral, opositores do presidente venezuelano, Hugo Chávez, realizaram nesta sexta-feira um “megaprotesto”, de acordo com os jornais locais El Universal e El Nacional.

Os grevistas se concentraram em cinco principais pontos da capital Caracas e caminharam rumo à Praça Venezuela. Os manifestantes carregavam cartazes, com frases do símbolo da independência venezuelana e de outros países latino-americanos contra a colonização espanhola, Simón Bolívar. Um delas era: “maldito seja o soldado que volta suas armas contra o povo”. A proteção civil, soldados e equipes de emergência monitoravam a passeata.

Os opositores protestam em defesa dos petroleiros que permanecerão em greve, apesar de uma medida provisória do Tribunal Supremo da Justiça do país que determinou que a estatal Petróleo da Venezuela (PDVSA) deva voltar a funcionar.

A medida da Justiça é uma vitória para Chávez, que já havia baixado um decreto presidencial para o fim da greve na estatal. A exportação do petróleo é a mais importante fonte de divisas do país. A Venezuela é o quinto maior exportador do combustível no mundo.

A sala constitucional do Tribunal convocou para os próximos quatro dias uma audiência com representantes grevistas e do governo, na qual escutará as duas partes. O líder da oposição Carlos Ortega declarou que há um grupo estudando a nova determinação e que os opositores irão se pronunciar sobre a medida.

Um dos líderes da oposição na estatal, Juan Fernández, afirmou que a medida presidencial não influirá em nada na decisão dos trabalhadores de permanecerem em greve. O deputado oposicionista, Gerardo Blyde, disse ainda que a decisão é inconstitucional, já que não leva em conta o direito à greve.

Segundo o ministro de Minas e Energia, Rafael Ramírez, a medida judicial é uma prova da “sabotagem” a qual a indústria petroleira está se submetendo.

Resposta - Durante uma assembléia nesta manhã de sexta-feira, os petroleiros da estatal Petróleos de Venezuela decidiram continuar com a greve, até conseguir a renúncia do presidente Hugo Chávez e eleições em um prazo fixo.

Segundo o líder dos gerentes e funcionários grevistas da PDVSA, Juan Fernández, o pedido de saída de Chávez é democrático. “É tão democrático eleger um presidente quanto pedir que ele renuncie, sinto-me democrático quando peço que ele renuncie e permita a realização de eleições neste país”, disse Fernández.

Histórico - Na manhã da segunda-feira, dia 2, opositores de Chávez, iniciaram a greve, com o objetivo de forçar a renúncia do presidente venezuelano. Manifestantes da associação empresarial Fedecámaras e da CTV reivindicam a realização de eleições antecipadas no país, confirmadas por um plebiscito. É o quarto protesto contra Chávez neste ano.

O presidente venezuelano argumenta que só se poderá realizar um plebiscito, para verificar a sua possível renúncia, em agosto de 2003, quando se chega à metade do mandato. A medida se baseia na nova Constituição do país, promulgada pelo próprio presidente no ano passado.

Líderes de oposição acusam Chávez de tentar formar na Venezuela em um governo comunista, como o de Cuba, realizando reformas que prejudicariam a economia.

O presidente Hugo Chávez diz que está realizando reformas estruturais contra a oligarquia. Segundo ele, as mudanças é que estariam incomodando as principais empresas do país. Uma delas seria o aumento do imposto para as empresas multinacionais exportadoras de petróleo.




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