O governo de Mato Grosso vai descontar dos salários dos professores estaduais os dias nao trabalhados - eles estao em greve desde o dia 10. A medida começa a valer nesta quarta-feira. Em represália, o Sindicato dos Trabalhadores em Educaçao Pública (Sintep) promete nao repor as aulas. As negociaçoes estao suspensas e o Sintep diz que a greve vai continuar.

Os 29 mil professores e servidores da rede estadual entraram em greve dia 10. Eles reivindicam reposiçao salarial de 10% e pagamento de hora-atividade para os 3 mil professores interinos. Cobram ainda o repasse regular dos recursos da merenda escolar. As reivindicaçoes nao serao atendidas, disse o secretário de Educaçao, Carlos Pereira do Nascimento.

A paralisaçao atinge 70% das escolas em todos os municípios, afetando 650 mil alunos. "Se o Sintep estiver esperando reajuste salarial para decretar o fim da greve, entao ela nao irá terminar nunca", afirmou o secretário. Ele disse que está incomodado com a greve, mas alega que governo nao tem condiçoes de atender as reivindicaçoes.

"Para um governo que se diz democrático, autor das Diretas Já (emenda constitucional apresentada por Dante de Oliveira em 1984, propondo eleiçoes diretas para presidente da República), essa é uma medida autoritária e truculenta, que retoma o tempo do coronelismo no Brasil", criticou o presidente do Sintep, Júlio César Martins Viana.