O deputado federal Luiz Turco (PT) irá protocolar no dia 6 emenda ao projeto de lei que define o orçamento paulista para 2016 com solicitação de recursos para implantação da primeira fase do Parque Tecnológico de Santo André. O parlamentar reivindica o repasse de R$ 14 milhões, valor que será utilizado para reforma e adaptação de prédio localizado na Avenida Antônio Cardoso, no bairro Bangu. As instalações pertenciam à empresa Rhodia, que atua no ramo químico.

O petista explica que as emendas enviadas pelos parlamentares não são submetidas à votação em plenário, sendo encaminhadas diretamente para apreciação do Executivo – comandado pelo tucano Geraldo Alckmin. Segundo Turco, a região terá de mostrar capacidade de “articulação política” para conseguir aprovar o projeto.

Comitiva formada por representantes da Prefeitura e de entidades parceiras esteve ontem no terreno da antiga fábrica da Rhodia, que foi desapropriado pelo poder público municipal e, na semana passada, incluído no projeto do parque tecnológico. O espaço possui 8.000 metros quadrados, sendo 5.000 metros quadrados de área construída.

A equipe do Diário acompanhou a visita. O prédio está degradado, com infiltrações, mato alto – inclusive no andar superior – e danos no forro de cobertura. Entretanto, a vice-prefeita e secretária de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, Oswana Fameli (PRP), garante que o local tem condições de ser utilizado. “A estrutura está boa e atende à demanda do parque, pelo menos para os trabalhos iniciais”, assegura.

Técnicos da Prefeitura também inspecionaram o imóvel e deverão emitir parecer nas próximas semanas. Ainda não foi definido cronograma para implantação do projeto.

A coordenadora da Agência de Inovação da UFABC (Universidade Federal do ABC), Anapatrícia Morales Vilha, enaltece a parceria entre o poder público e o setor acadêmico para o desenvolvimento do empreendimento. “O conceito de parque científico e tecnológico presume a entrada, ou pelo menos a catalização, de uma base importante a partir da universidade, que tem esse papel de gerar pesquisa e conhecimento que se transformam em novos produtos e processos.”

A docente acrescenta que será ideal se a UFABC possuir instalações físicas dentro do parque tecnológico. “Conceitualmente, precisa ter uma universidade, até para atrair empresas. Isso gera valor agregado. Quem se instalar no parque busca conversar com atores que possam contribuir.” Anapatrícia salienta a participação de outros entes, como a Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC, o Consórcio Intermunicipal e o Sebrae.

No dia 17 de outubro foi publicada no Diário Oficial do Estado a autorização para o credenciamento definitivo ao SPTec (Sistema Paulista de Parques Tecnológicos), o que foi anunciado pela Prefeitura dia 23.