A fabricante de extintores Resil, de Diadema, iniciou ontem processo de demissões, com a dispensa de 350 funcionários e, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, o número de cortes pode subir e chegar a 420, por causa da redução de 60% na produção, como consequência direta da resolução 556 do Contran (Conselho Nacional de Trânsito)m de 17 de setembro, que tornou facultativo o uso de extintores em carros de passeio em todo o País. A empresa contava, ao todo, até a semana passada, com quadro de 850 empregados.

Para buscar a revogação dessa medida, o sindicato realiza hoje, às 8h, ato na frente da empresa que – de acordo com a quantidade de participantes – pode também ser seguido de passeata na Rodovia dos Imigrantes. O diretor executivo da entidade dos metalúrgicos, Davi Carvalho, assinala ainda que haverá caravana a Brasília, com quatro ônibus fretados, para pressionar os congressitas a votarem projeto de decreto legislativo, do deputado federal Gonzaga Patriota (PSB) destinado a suspender a aplicação da resolução 556.

Na justificativa, o parlamentar diz que a resolução, além de ter sido adotada unilateralmente, causa insegurança no trânsito, desemprego e queda na arrecadação de impostos. “No ano de 2014, aproximadamente 1,4 milhão de veículos foram chamados em recall, sendo 48% por motivo de risco de incêndio”, diz o texto. “É inquestionável que (os carros) equipados com extintores salvam vidas”, acrescenta.

Outro deputado, Vicente Candido (PT), entrou com pedido de urgência para projeto e há a possibilidade de que seja apreciado amanhã. Além da caravana da região, empregados de fábricas de outros Estados também devem se juntar à mobilização. Davi assinala que se o projeto for aprovado, a Resil se comprometeu a voltar atrás na decisão de demitir. A empresa foi procurada pela equipe do Diário, mas informou que não iria comentar sobre as demissões.