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Eles amam Nova York
Heloísa Cestari
Do Diário do Grande ABC
04/03/2010 | 07:00
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Assim como Rio e São Paulo, as norte-americanas Los Angeles e Nova York alimentam certa rivalidade. Mas uma não vive sem a outra. Domingo, claro, todos os holofotes da imprensa internacional estarão voltados à entrega do Oscar em Hollywood. Mas a Big Apple promete não ficar muito atrás. A ideia é aproveitar o burburinho que envolve a estatueta dourada para lembrar que se por um lado Los Angeles concentra as estrelas, seja nas casas de Beverly Hills, seja com um simples nome estampado na Calçada da Fama, por outro Nova York ganha como cenário predileto dos cineastas.

Vários clássicos da sétima arte, como "King Kong", "Tootsie", "Bonequinha de Luxo", "O Poderoso Chefão", "Perdidos na Noite" e "Manhattan" foram gravados ali. Sem citar os filmes mais recentes que caíram no gosto popular, como a versão longa-metragem da série "Sex And The City", a animação Madagascar, o romântico Outono em Nova York e o caleidoscópico "Nova York, Eu Te Amo!", que consagra de vez a paixão dos cinéfilos pela capital informal do planeta.

Para roubar a cena mais uma vez, a cidade organizou uma série de eventos paralelos à grande festa do cinema. No domingo, durante a premiação em Los Angeles, A NYC & Company e a Academy of Motion Picture Arts and Sciences vão estender o tapete vermelho no Alice Tully Hall do Lincoln Center para celebrar a primeira noite de gala oficial do Oscar promovida fora do território hollywoodiano.

A comemoração começa às 19h, com coquetel, antepasto e as canções vencedoras da estatueta tocadas pela banda de jazz da Juiliard. Às 20h30, um telão transmitirá ao vivo a cerimônia da premiação. Tudo com glamour à altura das grandes estrelas. E os presentes ainda receberão um programa oficial da Academy Awards exatamente igual ao dos indicados presentes no Kodak Theatre, em Los Angeles.

O preço para viver uma noite de celebridade, no entanto, não é lá muito convidativo. Os ingressos partem de US$ 150, e podem ser adquiridos pelos sites lincolncenter.org e nycona.eventbrite.com. Para quem prefere bancar uma de VIP, com direito a lounge exclusivo e os melhores assentos, a entrada sai a US$ 225.

EXPOSIÇÕES - Uma série de exposições também promete fazer os nova-iorquinos se sentirem mais próximos da estatueta. No caso da mostra itinerante Meet The Oscar, no Shops at Columbus Circle, a experiência é até tangível. Nela, os visitantes têm a rara oportunidade de tirar uma foto segurando um autêntico academy award, e ainda conferem os vários estágios do processo de confecção da imagem.

Já no museu de cera Madame Tussaud's é possível posar ao lado do seu astro preferido e aprender curiosidades sobre as legendas de filmes. As réplicas são tão perfeitas que, olhando a foto, ninguém duvidará de que você esteve realmente ao lado de Leonardo Di Caprio, George Clooney ou Steven Spielberg.

E para os que adoram fazer análises semióticas dos cartazes, a Posteritati Gallery, no SoHo, está com exposição focada em clássicos de Nova York. Definitivamente, a Big Apple não sairá de cartaz tão cedo...

Rivalidade atinge negócios da sétima arte

A crescente fixação dos cineastas por Nova York não se deve apenas às suas belezas cinematográficas. Por algum tempo, vários diretores rejeitaram a cidade por considerá-la cara demais para locação.

A situação mudou a partir de 2002, quando o empresário Michael Bloomberg, que sucedeu Rudolph Giuliani na prefeitura de Nova York, decidiu que não iria mais perder investimentos da indústria cinematográfica para o Canadá. Para tanto, ele implantou, a partir de 2004, um plano de ações que previa abate de 15% no imposto para produções na cidade e mais 20% sobre os tributos do Estado.

Também foi criado um escritório que, além de captar investimentos, garante policiamento, aluguel em locações e licenças grátis. Até o metrô pode ser alocado sem grandes burocracias.

Com isso, o número de dias com gravações na cidade dobrou e os cofres públicos passaram a faturar US$ 1,5 bilhão por ano com a sétima arte.




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