O vereador de São Bernardo Estevão Camolesi (PTdoB) espera ser compreendido pelo partido. Comissão de Ética analisará a postura do trabalhista, que apoiará chapa tucana nas eleições de outubro, em detrimento de adesão a companheiros de legenda.

Ontem durante sessão da Câmara, Camolesi falou pela primeira vez depois do anúncio feito pela direção da sigla que seu caso seria julgado internamente. "Tenho esperança de que tudo será compreendido e resolvido da melhor maneira", avaliou o parlamentar, que ainda não havia sido comunicado oficialmente sobre a análise que o partido fará acerca da situação.

A conduta do trabalhista é polêmica por dois motivos. Primeiro porque apoia Orlando Morando (PSDB), que tentará a reeleição a deputado estadual, e o ex-prefeito William Dib (PSDB), que buscará vaga na Câmara Federal. Os tucanos são adversários ferrenhos do chefe do Executivo, Luiz Marinho (PT).

Segundo, o presidente municipal de seu partido, Evandro de Lima, é pré-candidato à Assembleia Legislativa, e não terá apoio de Camolesi para se eleger.

O vereador ressaltou que a compreensão deve levar em consideração o fato de que pratica "um mandato diferente". Para explicar, deu como exemplo sua eleição à vice-presidência do Legislativo por unanimidade entre os 21 vereadores da Casa. "Começa pela crença, religião. Não tenho inimigos." E completou: "Tenho trânsito bom nas duas bancadas (de oposição e situação)."

O vereador ressaltou ainda que continua com vontade de "ajudar o governo", ratificando apoio à administração petista, a qual aderiu ainda no segundo turno da eleição de 2008 - o partido teve candidatura própria no primeiro turno da corrida pelo Paço. "A política é o trabalho de conquistar alianças e respeitar as diferenças. Acredito muito nisso", destacou.

CONSEQUÊNCIA - A atitude de Camolesi pode ter como consequência, inclusive, a expulsão da legenda. A direção do PTdoB afirmou, em comunicado veiculado na semana passada, que o parlamentar poderá sofrer sanções que variam desde advertência até a suspensão dos direitos partidários, passando pela expulsão da legenda. Três integrantes da executiva municipal, que formam a Comissão de Ética, definirão o futuro do vereador.