Os motoristas cegonheiros resolveram ontem suspender a greve da categoria por 15 dias, prazo dado às empresas para que essas passem a atender a convenção coletiva da categoria. O movimento, que começou na sexta-feira, reduziu as atividades de transporte de veículos em São Bernardo, Gravataí (RS), Camaçari (BA), Catalão (GO) e Curitiba (PR). O serviço deve ser normalizado ainda hoje.

Segundo o diretor financeiro do Simoc (Sindicato dos Cegonheiros Autônomos de São Bernardo), Josivan Bezerra de Carvalho, o sindicato patronal se comprometeu a cumprir a convenção coletiva da categoria, que não pode ser assinada pela entidade de representação das empresas porque esses perderam a carta sindical.

Com isso, os 5.000 motoristas devem ser registrados com salário base de R$ 1.130, além de benefício e comissão por viagem. "Quanto à jornada de trabalho - que tem sido excessiva e traz riscos de acidentes aos profissionais - estamos estudando como isso poderá ser regulamentado", afirmou o dirigente sindical.

Outra reivindicação da categoria que poderá ser implantada é a exigência de cursos preparatórios para os novos motoristas cegonheiros, aulas que serão ministradas pelo Simoc. "Exigimos treinamento. Por mais que o motorista tenha experiência nas estradas, o transporte de veículos é diferente. Tem que conhecer desde a rota das cidades as quais ele irá visitar, como por quais ruas ele pode passar, até como descarregar a carga, além das questões de segurança", explicou Carvalho.

Esse mesmo acordo já foi feito outras vezes entre os motoristas e as empresas terceirizadas de transporte, mas não foi cumprido. No entanto, os trabalhadores resolveram dar mais uma vez o voto de confiança na palavra do sindicato patronal, já que o movimento grande adesão da categoria.

No balanço geral, cerca de 2.400 viagens deixaram de ser feitas com os quatro dias de paralisação, o que representa um atraso na entrega de 26 mil veículos em todo o País.