Economia Titulo Greve
Bancos propõem 10% de aumento para salários e correção da PLR

Categoria, exige reajuste de 16%;
inflação em 12 meses acumula 9,88%

Fábio Munhoz
Do Diário do Grande ABC
24/10/2015 | 07:09
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Em negociação realizada ontem, a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) propôs ao Comando Nacional dos Bancários reajuste salarial de 10%, mesmo percentual de correção da PLR (Participação nos Lucros e Resultados). Para os vales refeição e alimentação, as instituições financeiras ofereceram aumento de 14%.

A reunião teve início no período da manhã e, até o fechamento desta edição (por volta da meia-noite), as partes ainda não haviam chegado a um acordo sobre diversos itens em pauta. Entre eles estava a discussão sobre os dias parados: desconto do salário, reposição ou mesmo abono.

A proposta de ontem foi a quarta apresentada pela Fenaban desde o início da campanha salarial dos bancários. Inicialmente, os bancos ofereceram 5,5% de reajuste mais abono de R$ 2.500. Depois, elevaram o índice para 7,5% e, posteriormente, para 8,75%, mas ambos foram rejeitados na mesa de negociação.

Apesar de a proposta ter melhorado ao longo dos dias de paralisação, o percentual de correção quase não representa ganhos reais aos trabalhadores, considerando a inflação acumulada no período de 12 meses até agosto, de 9,88%. “Isso representa aumento real de 0,01214%, ou seja, praticamente nada”, explica o economista Ricardo Balistiero, coordenador do curso de Administração do Instituto Mauá de Tecnologia.

Os bancários reivindicam reajuste de 16% e PLR de três salários nominais mais R$ 7.246. Entretanto, diante da dificuldade na negociação, existe a possibilidade de a categoria aceitar os 10%, já que, pelo menos, cobre a inflação. De qualquer maneira, a greve – que chega hoje ao 19º dia corrido – deve continuar na segunda-feira. Isso porque, mesmo que o Comando Nacional aprove o índice oferecido, a proposta tem de ser submetida à votação dos trabalhadores por meio de assembleias.

O presidente do Sindicato dos Bancários do ABC, Belmiro Moreira, participou da negociação de ontem, mas preferiu não comentar sobre a proposta porque até aquele momento a reunião ainda não havia acabado. Além das cláusulas econômicas, os trabalhadores também exigem o fim das “metas abusivas” e do assédio moral, bem como a criação de mecanismos de proteção ao emprego. Outra reivindicação é para que os bancos reforcem a segurança nas agências.

O Sindicato dos Bancários do ABC não divulgou o balanço da greve ontem. Nos dias anteriores, a adesão à paralisação era de aproximadamente 80%, segundo a entidade.

Durante a interrupção dos serviços bancários, os clientes devem utilizar meios alternativos para pagamento de faturas, já que a greve não exime o usuário de cumprir o prazo acertado. Entre as opções estão o caixa eletrônico e o internet banking. 




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