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Unicef denuncia insalubridade de cidades de países pobres
Da AFP
07/02/2003 | 12:26
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Centenas de milhões de crianças pobres vivem hoje nas cidades de países em vias de desenvolvimento e estão sujeitas à insalubridade, que lhes custa a saúde e, freqüentemente, a vida, denuncia um relatório da Unicef publicado nesta sexta-feira.

A taxa de mortalidade dessas crianças é de 100 a 200 por mil nascimentos e grande parte delas não é vacinada ou é de forma incompleta, afirma o Centro de Investigaciones Innocenti (CRI, com sede em Florença) do Fundo Especial das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

Muitas dessas crianças passam o dia nos lixões buscando material vendável e as noites nas ruas, expostas à violência e à exploração.

Seu número aumentou rapidamente nos últimos anos, porque milhões de órfãos da Aids tentam sobreviver nas cidades.

Entre os fatores mais preocupantes, estão a água contaminada, a insalubridade, a inexistência de vasos sanitários públicos e a exposição a contaminações químicas, indica o relatório.

As taxas de mortalidade infantil estão em 10 por mil nascimentos nas cidades bem equipadas com serviços de água corrente, de coleta de lixo e de sistemas de atendimento médico. Mas essa taxa pode ser até 20 vezes mais alta nas cidades que carecem desses serviços.

A diferença entre bairros de uma mesma cidade também pode ser enorme. Em Karachi (Paquistão), por exemplo, a taxa de mortalidade infantil varia de 33 a 209 por mil de um bairro para outro.

O estudo também mostrou que as estatísticas urbanas podem ser enganosas e que algumas causas de mortalidade são subestimadas.

Por exemplo, as gastroenterites e outras doenças causadas pela contaminação da água ou dos alimentos provocam muitas mortes de crianças nas metrópoles do Terceiro Mundo. Mas as conseqüências das diarréias são freqüentemente subestimadas. Quando, por exemplo, são combinadas com a desnutrição, debilitam as defesas do organismo. Nesses casos, a criança morre por causa de uma pneumonia ou de um sarampo e são estas doenças as que figuram nas estatísticas.

Uma das grandes injustiças que este estudo da Unicef confirma é que os pobres pagam freqüentemente muito mais do que os ricos por produtos essenciais. Este é o caso da água que, em muitas zonas de urbanização ilegal, é distribuída por vendedores a um preço muito superior ao pago pelos habitantes de bairros das classes média e alta, que dispõem de serviços de água corrente.




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