O exército iugoslavo proibiu manifestaçoes contra a guerra e advertiu os desertores que, se nao voltarem a suas unidades, enfrentarao a corte marcial, disse nesta terça o jornal Vijesti. Nos últimos dias, cidadaos de diversas cidades da regiao central da Sérvia têm feito demonstraçoes contra a guerra e o serviço militar de seus parentes em Kosovo. Centenas de reservistas que desertaram participaram de alguns dos protestos.

O exército antes foi conciliador, pedindo aos desertores para voltarem e até mesmo prometendo considerar sua ausência nao autorizada como licença formal. Mas os comentários publicados no Vijesti sao mais duros, advertindo que os que nao voltarem serao submetidos a uma "Corte de Guerra". A declaraçao publicada no jornal também proibiu reunioes públicas, dizendo que a reaçao será "severa e os violadores serao punidos". Aqueles que ainda nao devolveram suas armas deverao fazê-lo até o meio-dia desta terça, disse a declaraçao.

Depois dos protestos de ontem, a polícia prendeu três líderes de um movimento contra a guerra em Cacak para interrogatório. Os três sao membros da organizaçao "Parlamento dos Cidadaos" de Cacak, 100 quilômetros ao sul de Belgrado. Uma fonte que nao quis ter sua identidade revelada disse que os três tiveram que pagar hoje multas entre 5 mil e 7 mil dinares (US$ 500 dólares) cada um.

Em Podgorica, capital da república iugoslava de Montenegro, o ministro da Justiça, Dragan Soc, avisou que o governo nao aceitará mais convocaçoes forçadas de recrutas para Kosovo. O governo de Montenegro critica a guerra em Kosovo e faz oposiçao ao presidente iugoslavo, Slobodan Milosevic. "Enviar soldados a Kosovo, especialmente agora, quando já se tem certeza de que isso resultará na completa retirada do exército, está errado", disse ele a jornalistas. "Nao vejo motivo para trazer mortos e feridos para Montenegro".