Três nomes que ajudaram a construir a história do Santo André foram homenageados ontem pela Saged (Santo André Gestão Empresarial Desportiva). A primeira dupla de zaga do Ramalhão, Cite e Anisio, além do fundador do clube, Wigand Rodrigues dos Santos, receberam réplica da primeira camisa usada pelo time, em 1968, em tarde onde a emoção rolou solta.

"Essa camisa tem muita história. Ela representa a essência do Santo André. Na época da fundação, decidimos que o clube sempre teria as cores da bandeira do município, então resolvemos convocar a população a mandar sugestões até que escolhemos esse desenho", lembra Wigand, que na época comandava a Liga de Futebol Amador e usou a influência para incendiar o desejo de criar um time de futebol profissional em Santo André.

Cite e Anísio também se emocionaram. Assim que receberam as réplicas personalizadas com o nome de cada um, viajaram nos pensamentos. "Pensei que nunca mais veria uma camisa dessa. A minha acabei dando e como não haviam outras fiquei sem", conta Cite. "Essa eu não vendo nem se me oferecessem R$ 500. É muito significativa para mim", completa Anísio.

Os dois jogadores chegaram ao clube por convite do ex-técnico Manga. Eles jogaram juntos na estreia oficial do clube, no dia 8 de abril de 1968, na vitória por 2 a 1 sobre o Santos, no gramado do Corinthians de Santo André. Depois, mantiveram a parceria até o ano seguinte, quando o Ramalhão enfrentou a primeira das crises e fechou as portas, reabrindo oficialmente em 1970. "Passamos quase 30 anos sem nos encontrar. Nosso reencontro aconteceu em 2008, por intermédio de torcedores e agora somos amigos", conta Anísio.

A camisa que ex-jogadores receberam será comercializadas pelo Santo André. A peça estará à disposição nas lojas do Centro Esportivo 2000, Reply, Sports Center e Conexão do Esporte.

Ex-jogadores cobram diretoria pela péssima fase do time

Os homenageados Cite, Anísio e Wigand só se entristeceram quando o assunto foi o momento vivido pelo clube. Desolados, os três buscavam no vice-presidente do Santo André Gestão Empresarial Desportiva, Romualdo Magro Júnior, explicações para a péssima fase vivida pelo clube.

"Amo esse clube e torço muito, mas está complicado. Precisa de reforços", constata Anísio. "Não dá para comparar a estrutura que esse pessoal de hoje tem com o que tínhamos. E nem assim eles jogam bola. Não é possível", dispara Cite.

Na berlinda, Romualdo tentava explicar aos craques o que acontece. "Esse time ainda não encaixou. Acho que o problema está na ligação entre o meio-de-campo e o ataque. Estamos trabalhando para resolver, mas não é fácil fazer isso com poucos recursos, já que dependemos exclusivamente de patrocinadores. A renda dos jogos é praticamente inexistente".