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Governo dependerá de estatais para investir
29/08/2003 | 23:20
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O PPA (Plano Plurianual de Investimentos) 2004-2007, enviado pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Congresso, prevê um investimento global em infra-estrutura de R$ 296,79 bilhões nos próximos quatro anos, mas apenas 6,21% desse montante deverá ser financiado com recursos orçamentários da União. O grosso do investimento dependerá, basicamente, das estatais e dos bancos públicos, como BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e CEF (Caixa Econômica Federal), que, juntos, terão de desembolsar R$ 232,8 bilhões.

Como todos os materiais por escrito produzidos até agora pelo governo, o PPA é bastante ousado nas metas. Além de alavancar a economia a uma taxa de crescimento de 5% ao ano até 2007, o plano prevê a geração de 7,8 milhões de postos de trabalho, com a possibilidade ampliar para 10 milhões, como prometeu Lula na campanha eleitoral, se a jornada de trabalho for reduzida.

De acordo com o PPA, a taxa de desemprego, que bateu em 13% em junho, deve cair para 11,4% até o fim deste ano e 9% em 2007. A estratégia econômica do governo é calçada na priorização do consumo de massa das famílias mais pobres e na ampliação da taxa de investimento para 21,17% do PIB (Produto Interno Bruto).

“Investimentos expressivos na expansão e recuperação da infra-estrutura são, portanto, condição indispensável para viabilizar um período de crescimento sustentado no país”, afirma o texto do projeto. A prioridade estabelecida é “eliminar os principais gargalos do setor produtivo e reduzir os custos de logística”, que seriam duas vezes maiores no Brasil em comparação com países desenvolvidos.

Na área de transportes, por exemplo, o PPA prevê um investimento total de R$ 44,2 bilhões, sendo um quarto disso com recursos orçamentários. A meta é recuperar e conservar 75% da malha rodoviária federal (43 mil km) e construir outros 5.500 km, com prioridade para a duplicação da BR-101, entre Natal (RN) e Salvador (BA) e entre Palhoça (SC) e Osório (RS).

Outros – Além disso, o governo propõe-se a começar a mudar a matriz de transportes, investindo na construção de 2.400 quilômetros de ferrovias e na melhoria de 10 mil quilômetros de hidrovias. Pelo menos metade dos investimentos em transporte será financiada pelo BNDES para suprir a carência de recursos da União.

No setor elétrico, a previsão é expandir a capacidade de geração de energia em 14.085 megawatts (MW) e as linhas de transmissão em 12.400 quilômetros, com um investimento total de R$ 39,7 bilhões. O plano prevê ainda que o Brasil deverá se tornar auto-suficiente na produção de petróleo até 2006, produzindo até 2,2 milhões de barris por dia.




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