O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, disse em entrevista ao canal público Tves (que substituiu a RCTV) que o magnata de mídia e dono da Venevisión, Gustavo Cisneros, pode coexistir com o projeto socialista que ele quer implantar. Chávez negou ter firmado um pacto com Cisneros quando se reuniu com o dono da rede de TV, antes do referendo revogatório de 2004, a pedido do ex-presidente americano Jimmy Carter.

“Cisneros sabe que ele, seu veículo, sua empresa e sua família podem coexistir com este projeto, sempre e desde que respeite a Constituição e as leis, e reconheça as autoridades como vem fazendo”, disse o presidente no novo programa de entrevistas do jornalista Eleazar Díaz Rangel. “Por isso, dizem que (Cisneros) fez um pacto com o governo, como se a tarefa da mídia fosse a de atacar o governo”, completou Chávez.

Reações - Sobre o caso da RCTV, que saiu do ar em 28 de maio passado porque sua concessão não foi renovada pelo governo, Chávez disse ter pensado que as reações contrárias à sua decisão seriam mais fortes na Venezuela do que o registrado. Ele admitiu, porém, que as reações no exterior foram maiores do que o governo esperava.

De 2002 a 2005, quatro emissoras de TV privadas aplicaram uma linha editorial abertamente contrária ao governo: RCTV, Venevisión, Televen e Globovisión. Foram classificadas por Chávez como “os quatro cavaleiros do Apocalipse” e agora, apenas a Globovisión está no ar com um tom crítico.