Cingapura advertiu nesta sexta-feira a seus colegas da Associaçao de Naçoes do Sudeste Asiático (Asean) contra os perigos de um "descarrilamento" econômico, apesar dos sinais de recuperaçao registrados na regiao. Ao falar durante a abertura da trigésima-segunda reuniao ministerial da Asean, o primeiro-ministro de Cingapura, Goh Chok Tong, reconheceu também que a ampliaçao da Asean a dez membros, com a admissao do Camboja em abril passado, tornou "mais lento e mais pesado" o processo de decisao na Associaçao.

Expliicou o fenômeno pela "desigualdade" nos graus de desenvolvimento político e econômico entre países membros e pediu que a Asean faça "uma reflexao honesta" a respeito. Goh Chok Tong denunciou os riscos do sentimento de "autosatisfaçao nao justificado" por parte de alguns países membros quando só há alguns sinais de recuperaçao das economias da regiao depois da crise que acaba de sofrer.

Citou também como fatores de incerteza para a regiao a existência de dívidas irregulares, o ritmo muito lento das reformas das empresas e a incerteza em torno da evoluçao das economias norte-americana e japonesa. "A recuperaçao nascente que conhecemos pode ser desviada, pois muitas de nossas debilidades internas persistem e nosso progresso é ainda lento", advertiu o primeiro-ministro de Cingapura.

A Asean, fundada em 1965, reúne além de Camboja e Cingapura as Filipinas, Indonésia, Tailândia, Laos, Vietna, Birmânia, Malásia e o sultanato de Brunei. Goh Chok Tong disse que a regiao continua particularmente vulnerável à ``exuberância' dos mercado financeiros norte-americanos, às incertezas sobre o restabelecimento da economia jjaponesa, às tendências para a deflaçao registradas na China e as "pressoes que se registram nas relaçoes triangulares entre Estados Unidos, China e Japao".

"Nosso restabelecimento atual está em funçao da estabilidade dessas relaçoes triangulares", disse, depois de destacar a deterioraçao nas relaçoes chino-americanas após o bombardeio da embaixada da China em Belgrado no dia 7 de maio passado pelas forças da Otan.