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EUA atacam Fallujah; carro-bomba mata 1 em Bagdá
Do Diário OnLine
Com AFP
15/10/2004 | 18:16
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A escalada da violência no Iraque teve prosseguimento nesta sexta-feira, no primeiro dia do Ramadã – o mês sagrado para os muçulmanos. Em Bagdá, capital, pelo menos uma pessoa morreu e 15 ficaram feridas com a explosão de um carro-bomba. No bastião sunita de Fallujah, a 50 km ao oeste de Bagdá, forças norte-americanas e iraquianas reforçaram os ataques a alvos que pertenceriam a aliados do extremista jordaniano Abu Musab Al-Zarqawi.

Apesar de fontes hospitalares e policiais afirmarem que só houve uma vítma no atentado em Bagdá, o Exército americano diz que dez morreram. “Quatro iraquianos que trabalham perto do lugar do ataque, em Dora, ao sul de Bagdá, morreram, assim como dois transeuntes e quatro membros de uma família que circulava num automóvel”, segundo um comunicado das forças dos EUA, que dificilmente comentam as baixas iraquianas.

O porta-voz do Ministério do Interior, o coronel Adnan Abdelrahman, ressaltou que a ação se tratava de um atentado suicida. O carro-bomba, carregado com 130 kg de explosivos, foi lançado perto dos escritórios centrais da polícia iraquiana, no bairro de Dora. Segundo chefe do hospital de Yarmuk, dos 15 feridos 10 são policiais.

Em Fallujah, cidade que é considerada a base dos aliados de al-Zarqawi, forças americanas e iraquianas deram prosseguimento nesta sexta-feira à série de ataques para desarticular movimentos terroristas. Pelo menos cinco imóveis foram destruídos em bombardeios realizados entre quinta e esta sexta-feira, via terra e ar. Muitos habitantes começaram a deixar a cidade com medo dos ataques.

Na sexta-feira, três morreram e sete ficaram feridos. Na quinta-feira os ataques na zona verde - setor de alta segurança da capital, onde se encontram a embaixada dos Estados Unidos e a sede do governo iraquiano - causaram cinco mortes e mais de feridos, de acordo com fontes hospitalares. O grupo de al-Zarqawi reivindicou o duplo atentado de quinta.

Segundo o Exército americano, o objetivo desta operação é golpear elementos terroristas (...) que pretendiam realizar, durante o mês sagrado do Ramadã, ataques contra as forças de ordem iraquianas e civis inocentes. Num comunicado oficial, as forças americanas anunciaram que "as operações em Fallujah continuarão enquanto os terroristas permanecerem na cidade".

Antes da ofensiva, o Exército dos Estados Unidos havia lançado pelo menos oito ataques contra possíveis esconderijos do islamita Abu Musab al-Zarqawi em menos de 24 horas.

Ameaça - Os ulemás de Fallujah, por sua vez, ameaçaram convocar a população à desobediência civil e à Jihad (Guerra Santa) em todo Iraque, caso o Exército americano continue com essa operação no interior dessa cidade rebelde sunita, segundo um comunicado lido nesta sexta-feira por um xeque numa mesquita de Bagdá.

"No caso de uma ofensiva militar contra Fallujah, os ulemás ditarão uma fatwa (edital religioso), na qual decretarão a desobediência civil em todo Iraque e convocarão os chefes religiosos muçulmanos e as organizações humanitárias a uma manifestação na entrada leste da cidade", declarou um dos dignitários de Fallujah, o xeque Mahmud Abdel Aziz.

O primeiro-ministro iraquiano, Iyad Allawi, havia ameaçado na quarta-feira uma ofensiva de grande envergadura em Fallujah se os habitantes da cidade não entregassem al-Zarqawi e seus homens, que reivindicaram numerosos atentados sangrentos no Iraque. A delegação da cidade sunita, que participava das negociações com o governo, anunciou na quinta-feira a suspensão dos contatos em protesto contra as ameaças.

Campanha - Paralelamente à violência, centenas de moradores do bairro xiita de Sadr City, em Bagdá, entregaram suas armas às autoridades. Esta sexta foi o último dia da campanha de desarmamento lançada no país.

Já os guardas de fronteira iraquianos anunciaram a prisão de 135 afegãos e paquistaneses que haviam se infiltrado no Iraque. As prisões aconteceram durante uma ação em povoados na fronteira com o Irã.




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