Economia Titulo
Consumidor da região já sente redução do ICMS no álcool
Do Diário do Grande ABC
13/03/2004 | 19:30
Compartilhar notícia


O consumidor da região começou a sentir a diferença no preço do álcool hidratado por conta da redução da alíquota de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) de 25% para 12%, sancionada pelo governador Geraldo Alckmin em dezembro de 2003. A redução, juntamente com a alta dos estoques, fez com que os preços do álcool vendido pelos usineiros diminuíssem. O setor diz que a queda alcançou cerca de 40% no primeiro bimestre do ano, mas o impacto não foi o mesmo nos postos.

Um estudo feito pelo Regran (Sindicato dos Revendedores de Combustíveis do Grande ABC) apontou que o preço do álcool ficou estável nos dois meses seguintes à redução da alíquota. Em dezembro de 2003, o litro de álcool custava em média R$ 0,98. Em janeiro de 2004, o preço subiu para R$ 0,99. Em fevereiro, o litro caiu para R$ 0,92 (-7,1%). Neste mês foi verificada a maior redução: 21,7% ante o mês anterior, com o litro a R$ 0,72. No acumulado, a queda foi de 27,2%.

De acordo com Marcos Campagnaro, presidente do Regran, o preço do álcool vem diminuindo desde o mês passado e deve ficar estabilizado por cerca de dois meses. “Assim que o estoque acabar, acredito que o preço volte a subir”, afirma.

Campagnaro explica que o estoque sobe na época de colheita de cana-de-açúcar, a produção de álcool aumenta e, conseqüentemente, o preço diminui. Quando há a entressafra, o preço do álcool tende a subir.

Era esperado que o preço da gasolina também caísse, pois o combustível tem adição de 25% de álcool anidro. Mas o bolso do consumidor também pouco sentiu a diferença. “Apesar de saber que o preço do álcool diminui para o produtor, o consumidor não pode esperar que essa redução seja repassada às bombas. O álcool é só a matéria-prima. No preço final também há o custo do transporte e da mão-de-obra”, diz a professora Miriam Bucchi, da Esalq/USP (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiróz).

A professora também afirma que os estudos realizados pela Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) não indicam um possível “vilão” dos preços dos combustíveis. “A margem de preço entre produtor e distribuidor e entre distribuidor e posto está normal. Não observamos aumentos expressivos”, diz.

Colaborou Juliana Yonezawa




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;