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Sem-terra ocupam prédio do Incra-BA e tomam seis reféns
Do Diário do Grande ABC
28/04/1999 | 15:51
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Cerca de dois mil trabalhadores rurais sem-terra ocuparam, nesta quinta pela manha, a Superintendência Regional do Instituto Nacional de Colonizaçao e Reforma Agrária (Incra) em Salvador e tomaram seis funcionários do órgao como reféns. As polícias Federal e Militar foram avisadas pela direçao do órgao, que pediu a desocupaçao do prédio, o que nao havia ocorrido até o início da tarde desta quarta.

A ocupaçao faz parte do Grito da Terra Bahia 99. A intençao da Federaçao dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag), do Movimento de Luta pela Terra (MLT) e da Central Unica dos Trabalhadores (CUT) é pressionar o governo a apressar a vistoria de áreas improdutivas, a liberar o crédito agrícola para assentamentos já consolidados, fazer um programa de alfabetizaçao, além de cumprir uma imensa pauta de reivindicaçoes. O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) nao participa do movimento.

O presidente da Fetag, Édson Pimenta, disse que os trabalhadores pretendem ficar no Incra pelo menos até a sexta-feira, caso a direçao nacional do órgao nao abra negociaçoes. Os dois mil trabalhadores estao acampados nos corredores do prédio do Incra. "Nao entramos nas salas para evitar que nos acusem de depredaçao", disse Pimenta.

Reféns - Os seis funcionários estao sendo bem tratados, de acordo com os trabalhadores. "Nós estamos dando água, alimentaçao, tudo que eles pedem", disse, Pimenta, informando que só pretende liberar os reféns se o superintendente-adjunto do órgao na Bahia, Luís Gugé (o superintendente titular Clesson Dias Monte está em Brasília) for até o prédio negociar.

Por telefone Gugé respondeu a Pimenta que só iria se os trabalhadores saíssem do local. Ele informou aos trabalhadores ter pedido providências à Policia Militar e à Polícia Federal para desocupar o prédio. Os sem-terra prometem resistir.




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