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Marinho tentará mais verba a museu

Após recusa do governo federal em liberar R$ 4,5 mi adicionais à obra, prefeito de S.Bernardo já prepara nova carga por recurso para homenagem a Lula

Leandro Baldini
Do Diário do Grande ABC
14/10/2015 | 07:00
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Marina Brandão/DGABC


Atualizada às 12h41

Depois de o governo federal recusar R$ 4,5 milhões adicionais à obra do Museu do Trabalho e do Trabalhador, localizado no Centro de São Bernardo, o prefeito Luiz Marinho (PT) prepara nova solicitação de recursos, a fim de conseguir concluir projeto até o fim de seu mandato, em dezembro de 2016.

O projeto, cujo objetivo principal é homenagear trajetória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) – padrinho político de Marinho –, deveria ter sido entregue em janeiro de 2013 e já custou R$ 18,8 milhões aos cofres públicos. Abandonado desde novembro, o local segue decorado em suas dependências por entulho, mato alto e resto de materiais de construção. Apenas o serviço de estrutura está finalizado.

A equipe do Diário apurou que chefe do Executivo vai pleitear novo pedido por verba federal para tentar finalizar projeto em mais seis meses de serviço.

O prefeito petista busca a conclusão do museu também para evitar municiar adversários do PT e blindar o secretário de Serviços Urbanos, Tarcisio Secoli, já certo como candidato do PT à Prefeitura no pleito do ano que vem. Para interlocutores do prefeito, inaugurar o museu virou “questão de honra” para o petista.

No mês passado, Marinho recebeu recusa do Ministério da Cultural do aporte solicitado. “Entende-se que as quantidades de materiais e serviços indicados pelos projetos executivos já foram analisados em abril de 2014, quando da análise do primeiro aditivo (de R$ 800 mil, aprovado) o que inviabilizaria a solicitação do segundo aditivo, por supostamente já terem sido contempladas”, detalhou a Pasta federal, por meio de nota técnica.

O governo da presidente Dilma Rousseff (PT) ainda informou que no pedido da Prefeitura de São Bernardo não constavam “informações relativas a outras alterações nos projetos executivos, relatórios consubstanciais de obra, assinados por responsável técnico”.

Na quinta-feira, durante a apresentação da LOA (Lei Orçamentária Anual), a secretária de Orçamento e Planejamento Participativo, a primeira-dama Nilza de Oliveira (PT), apenas citou o museu como uma das metas do governo Marinho sem dar detalhes técnicos, diferentemente de outros serviços em andamento por parte da administração.

A obra fica situada no antigo mercado municipal, poucos metros de distância do prédio do Paço. O anúncio da construção do Museu do Trabalho e do Trabalhador foi feito em 2010 – metade do primeiro mandato de Marinho –, quando o ministro da Cultura era Juca Ferreira.

Orçado em R$ 18 milhões, o projeto já teve custo acrescido em R$ 800 mil. Em maio, o Ministério da Cultura havia estipulado prazo até o dia 7 de agosto para entrega da obra, o que não ocorreu. 




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