Economia Titulo Previdência
Planejamento precisa começar cedo
Thaís Restom
13/10/2015 | 07:04
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O crescimento da expectativa de vida e o recuo na taxa de fecundidade do brasileiro são os principais desafios para a sustentação da Previdência Social no futuro, já que o número de pessoas beneficiadas cresce muito mais do que a quantidade das que contribuem. De acordo com o último levantamento do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a expectativa de vida ao nascer no Brasil subiu para 74,9 anos. Por isso, os especialistas recomendam que as crianças e jovens de hoje sejam educados o quanto antes sobre a importância do sistema previdenciário para a garantia dos direitos dos idosos e aposentados.

Marco Aurélio Serau Jr., professor e autor de obras em Direto Previdenciário, acredita que a Previdência Social, não só no Brasil como no mundo, está passando por um processo muito grande de transformação. “Por tudo isso, a preparação e o planejamento previdenciário devem começar cedo, seja poupando em planos de previdência privada, seja contribuindo ao Regime Geral da Previdência Social desde o momento permitido em lei”, diz.

O especialista diz que a Previdência Social sustenta-se a partir de uma base de contribuintes bastante ampla, e para isso, a participação dos jovens e crianças é fundamental. “Entretanto, visualizo que a atual geração de crianças e adolescentes terá, no futuro, uma cobertura previdenciária bem diversa da atual, possivelmente de menor qualidade”, observa Serau Jr.

OPÇÕES - Conforme a expectativa de vida dos brasileiros aumenta, a quantidade de planos de previdência privada contratados cresce cada vez mais. É o que afirma a superintendente comercial de Vida e Previdência da Porto Seguro Fernanda Pasquarelli. “Esses pais, cientes de que suas crianças viverão mais, procuram formar uma reserva financeira como algo necessário para garantir o futuro delas. E o plano de previdência possibilita que elas sejam beneficiadas futuramente pelo recurso acumulado”, diz.

Para Lúcio Flávio de Oliveira, presidente da Bradesco Vida e Previdência e vice-presidente da FenaPrevi, a principal vantagem de investir em um plano de previdência privada desde a infância é que, quanto maior for o prazo de contribuição, menor será o valor do aporte exigido para alcançar a meta pretendida.

“O brasileiro ainda tende a só se preocupar com previdência pública ou privada quando está mais próximo da aposentadoria. Do ponto de vista da indústria de previdência, portanto, o desafio é reduzir a idade de ingresso e constituição dos planos”, afirma o especialista.

O plano de previdência privada para uma criança deve ter um responsável financeiro, que deverá optar por uma das modalidades do produto: PGBL ou VGBL. O primeiro é mais indicado para quem faz a declaração do IR no modelo completo, porque permite a dedução das contribuições da base de cálculo, até o limite de 12% da renda bruta anual. “Já o produto VGBL é para quem faz a declaração simplificada, tem isenção do pagamento de imposto ou já usufrui da dedução fiscal de 12% em outros planos de previdência complementar”, orienta Soraia Fidalgo, gerente de inteligência e gestão de clientes da Brasilprev.

O professor de finanças Ricardo Humberto Rocha, do Insper, recomenda a poupança para ensinar as crianças como guardar dinheiro. “A maioria dos pais não entende muito de finanças; então esse investimento é mais seguro. Mostrar a elas continuamente a movimentação da conta, como os gastos e rendimentos, é igualmente importante. O VGBL renda variável também é uma boa opção para educá-las sobre planejamento financeiro”, finaliza. 




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