Política Titulo 1ª no Grande ABC
Câmara de S.Caetano aprova projeto que proíbe aplicativo Uber na cidade

Proposta precisa passar em 2ª votação e, depois, ser sancionada pelo prefeito para entrar em vigor

Júnior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
07/10/2015 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


A Câmara de São Caetano aprovou ontem por unanimidade projeto que proíbe o funcionamento do aplicativo Uber na cidade. A proposta ainda precisa passar em segunda votação do Legislativo e, depois, ser sancionada pelo prefeito Paulo Pinheiro (PMDB) para entrar em vigor.

Se validada pelo Executivo, São Caetano será o primeiro município do Grande ABC a vetar o aplicativo usado para transportar pessoas por preços fixos, diferentemente dos táxis. A ferramenta foi alvo de críticas por parte dos taxistas, que alegam prejuízo financeiro com a criação do produto.

Como recebeu apoio dos 19 parlamentares na sessão de ontem, o projeto tende a ser aprovado em definitivo na terça-feira. Presente no momento da votação, o diretor de Transportes da cidade, Moacir Guirão Júnior, já sinalizou que o governo deverá sancionar a medida. “Até por essa lacuna jurídica de o Uber não ser regulamentado, estar à margem do poder público, acredito que não exista dificuldade de o prefeito sancionar o projeto”, afirmou.

Autor da medida, o presidente do Legislativo, Paulo Bottura (PTB), argumentou que o aplicativo existe “sem qualquer critério” e que a não regulamentação do Uber abriria brecha para o transporte irregular de passageiros. “Os taxistas precisam seguir série de normas, requisitar licenças. Não é justo que um aplicativo burle todas essas normas”, criticou o petebista.

Bottura alegou ter recebido dos taxistas dados sobre queda no número de corridas em decorrência da existência do Uber, mas ao ser questionado sobre as informações, não detalhou nenhum levantamento. O projeto do parlamentar também não faz nenhuma menção a qualquer prejuízo aos táxis, justificando apenas que o aplicativo “gera preocupação” da categoria. “Não existe critério para (a existência do) Uber e eu prefiro proteger os taxistas”, emendou o parlamentar, ao completar que não procurou os responsáveis pelo aplicativo para debater a proibição.

Líder do governo na Câmara, Jorge Salgado (Pros) destacou que o objetivo do projeto “não é impedir a livre concorrência” e frisou que o governo discutirá a regulamentação do aplicativo, se necessário.

POLÊMICA
Na Capital, o assunto gerou polêmica. Os vereadores paulistanos também aprovaram medida proibindo o aplicativo alegando que a ferramenta estava à margem da legalidade. O prefeito Fernando Haddad (PT), porém, não deverá impedir o uso do aplicativo de transportes e regulamentará o Uber na cidade, estabelecendo normas para o seu funcionamento.

De um lado, taxistas acusam o Uber de atuarem sem regulamentação. O Uber, por sua vez, alega que a existência do aplicativo é respaldada pela livre concorrência, prevista na Constituição Federal, e que a ferramenta representa avanço da tecnologia e aumenta a “acessibilidade dentro das cidades, gerando novas possibilidades para os passageiros e novos negócios para os motoristas”. 




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