Economia Titulo Campanha salarial
Metalúrgicos ligados à CUT fecham mais um acordo

Indústrias de máquinas propõem reajuste pelo INPC e trabalhadores aceitam; greve continua

Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
03/10/2015 | 07:21
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Os metalúrgicos da base da CUT (Central Única dos Trabalhadores) no Estado de São Paulo fecharam ontem, primeiro dia da greve da categoria, acordo salarial com mais uma bancada patronal, desta vez a do grupo 2, que reúne os setores de máquinas e eletrônicos.

Foi acertado o mesmo percentual de reajuste (9,88%) oferecido pelo grupo 8 (indústrias de trefilação, laminação de metais ferrosos, refrigeração e equipamentos ferroviários, entre outros), aceito na quinta-feira pelos trabalhadores. Para os fabricantes de maquinários e eletrônicos, o índice se aplica para salários de até R$ 7.426,46. Acima desse teto, haverá reajuste fixo de R$ 585,20.

No caso do grupo 8, os 9,88%, que se referem à reposição pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) nos últimos 12 meses até agosto, serão pagos em duas etapas: de 7,88% retroativos à data-base (1º de setembro) e 2% em 1º de fevereiro. No grupo 2 a correção será feita em uma só vez.

Os dois grupos representam cerca de 33% dos trabalhadores da base do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, que abrange indústrias de São Bernardo, Diadema, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra.

O restante da categoria – sem contar também as montadoras, que têm acordos negociados por empresa e que estão fora da campanha salarial – segue em greve. São cerca de 30 mil que devem continuar de braços cruzados na segunda-feira, entre os quais empregados dos ramos de autopeças, estamparia e fundição. A paralisação, por tempo indeterminado, foi aprovada em assembleia na quinta-feira na subsede do sindicato em Diadema.

SEM ALTA REAL - A aceitação das propostas que preveem a reposição pelo INPC significou abrir mão do aumento real, que fazia parte da pauta das reivindicações da campanha salarial dos metalúrgicos do Grande ABC conduzida pela FEM-CUT/SP (Federação dos Sindicatos dos Metalúrgicos da CUT no Estado de São Paulo).

Segundo o presidente da federação, Luiz Carlos da Silva Dias, o Luizão, o cenário econômico dificultou as negociações. “Chegar ao INPC era um grande desafio”, diz.

A expectativa agora é que outros ramos do segmento também alcancem o índice de recuperação das perdas inflacionárias, para que a greve chegue ao fim.  




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