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Sindicato conquista mais nove acordos
Paula Cabrera
Do Diário do Grande ABC
12/08/2010 | 07:06
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O Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá firmou mais nove acordos da PLR (Participação nos Lucros e Resultados). Depois de garantir a bonificação nas companhias com maior porte de funcionários, chegou a vez das micro e pequenas empresas começarem a negociar a participação. A maioria das companhias teve aumento real no valor da PLR em torno de 30% em relação ao ano passado, o que beneficiou mais de 800 trabalhadores do segmento.

O diretor do sindicato, Adilson Torres, o Sapão, diz que a base metalúrgica de Santo André e Mauá possui cerca de 1.300 empresas, o que deve estender as negociações até o fim do ano. "São fábricas com cerca de 60 trabalhadores e valores bem menores do que os negociados com grandes empresas. No entanto, toda a base metalúrgica teve expansão com a melhora da economia, o que torna mais viável e fácil o diálogo com as empresas para conseguir os valores", pontua ele, que diz que as reuniões com essas companhias tiveram início há duas semanas.

"Teve empresa que garantiu aumento de 50% na bonificação paga. O bom momento econômico favorece o crescimento desses locais que, inclusive, estão contratando mais", completa.

Apesar disso, os trabalhadores da Eurobase tiveram de paralisar os trabalhos por um dia para conseguir aprovar a PLR. Por conta da pressão dos funcionários, a empresa recuou e apresentou proposta no valor de R$ 500. Os companheiros aprovaram o benefício durante assembleia realizada no dia 5. A Usifine chegou a anunciar estado de greve e conseguiu aumentar o valor, aprovando R$ 1.400 para os empregados.

Enquanto isso, a Gravaço Carimbos, de Santo André, conquistou benefício de R$ 1.100. Já a empresa Zaba, pagará R$ 600 aos trabalhadores. Os funcionários da Unifer, em Mauá, conquistaram R$ 300, enquanto os trabalhadores da Tecnoflan, aprovaram por unanimidade R$ 450 e os da empresa Nupe & Cluster, em Santo André, R$ 550.

Para fechar a lista, os empregados da Al Puxadores, em Santo André, receberão R$ 400, e os funcionários da Alberic, também na cidade levarão para casa R$ 460. "Ainda há muitas empresas para visitarmos, esse é apenas o começo", diz Sapão.

 
Negociação trava em licença e redução de jornada

As negociações da campanha salarial do ramo metalúrgico cutista com as bancadas patronais dos Grupos 8 e 2 estão caminhando a passos lentos. Essa é a avaliação da direção da FEM (Federação dos Sindicatos Metalúrgicos da CUT/São Paulo), que se reuniu ontem com os dois grupos patronais na sede da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).

A primeira rodada foi com o Grupo 8 (trefilação, laminação de metais ferrosos; refrigeração, equipamentos ferroviários e rodoviários, entre outros) travou na discussão da redução da jornada de trabalho de 44h para 40h, com manutenção de salário, e na ampliação da licença-maternidade de quatro para seis meses.

A bancada patronal argumentou que é difícil implantar esta medida nas fábricas em razão que 85% das empresas serem de micro e pequenos portes. Já com relação à licença, os empresários se mostraram sensíveis e destacaram a sua importância para a mulher e a criança, no entanto, disseram que irão avaliar o item e voltarão a discuti-lo na próxima assembleia, prevista para semana que vem.

Com relação ao Grupo 2, a negociação também debateu essas duas reivindicações e a bancada disse que analisará os itens.

PRESSÃO
O presidente da FEM-CUT, Valmir Marques, o Biro Biro, orientou os 12 sindicatos metalúrgicos filiados em todo o Estado a intensificarem nas suas bases as assembleias orientando os trabalhadores para a mobilização. "Estamos chegando na segunda quinzena de agosto e a pressão dos trabalhadores tem sido grande nas bases em razão de a data-base ser 1º de setembro. Vamos intensificar as mobilizações para pressionar as bancadas patronais a avançarem nas nossas reivindicações."

A federação continuará as negociações com os Grupos 8 e 2 dia 18 (quarta-feira) na sede da Fiesp. Amanhã, a FEM-CUT seguirá com reuniões com a bancada do Grupo 10.




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