Após ir do céu ao inferno em 2011, o São Bernardo parece ter aprendido com os erros do passado e entra forte na Série A-2 do Paulista para voltar à elite.

Com apenas seis anos de história, o Tigre alcançou em 2010 a Série A-1 do Paulista. Mas, apesar do esforço da diretoria, das melhorias no Estádio 1º de Maio e do apoio das arquibancadas - o clube teve a terceira melhor média de público - o time acabou rebaixado.

Mas se a euforia chegou ao fim em abril de 2011, a diretoria iniciou os trabalhos de reformulação em seguida. Diferentemente dos outros anos, a Copa Paulista no segundo semestre foi utilizada para formar a base de 2012 e a equipe chegou às semifinais, eliminada pelo Comercial (agora da Série A-1).

Para a A-2 chegaram cinco reforços - os laterais João Paulo e Júlio César, o volante Flávio, o meia Léo e o zagueiro Júlio César, todos com experiência na divisão -, além dos atacantes Danielzinho e Raul, que estavam emprestados, o goleiro Daniel, o meia Alex e o atacante Soares, promovidos das categorias de base.

Para o presidente Luiz Fernando Teixeira, o São Bernardo está pronto para subir. "Montamos um time tão comprometido quanto o de 2010 (quando conquistou o acesso na mesma divisão)", recordou ele. "Em comparação ao do ano passado, desta vez temos elenco forte e não apenas uma equipe, sem peças de resposição, o que prejudicou muito", destacou.

O grande trunfo está no banco de reservas: o técnico Luís Carlos Martins, que totaliza 13 acessos e sabe os atalhos para levar o São Bernardo novamente à elite. "Essa divisão é muito dura e é preciso saber ter a posse de bola, preencher os espaços do campo", indicou.

Com poucas mudanças no elenco, o Tigre tem a prerrogativa de possuir time bem entrosado porque joga junto praticamente desde julho. No entanto, Martins prefere não contar vantagem antes do tempo. "Temos de respeitar a competição e nos cuidar ao máximo. O primeiro objetivo é chegar entre os oito e depois pensamos no acesso", explicou o treinador.

Agora é esperar para saber se o investimento terá retorno em campo ou não.

Atacantes do Tigre têm forte identificação com a torcida

Apesar dos jogadores que chegaram e saíram nos sete anos de história do São Bernardo, o ataque está bem com a cara da torcida. Ney Mineiro, Danielzinho e Diogo Acosta provavelmente serão os titulares na estreia contra o São Carlos, quarta-feira, fora de casa.

Eles têm forte identificação com a torcida. Danielzinho e Diogo Acosta são pratas da casa e ainda promessas do clube. Por outro lado, Ney Mineiro, 30 anos, está na terceira temporada com a camisa do Tigre, foi um dos principais responsáveis pelo acesso à Série A-1 em 2010 e adotou o clube como sua casa. "Aqui eu me sinto bem. Gosto de jogar e a torcida é fantástica", elogiou Ney Mineiro.

Para completar tem o xodó dos são-bernardenses, o atacante Raul, reserva do trio, mas que, no ano passado, defendeu Santo André e Boa Esporte-MG, nas Séries C e B do Campeonato Brasileiro, respectivamente.

Apesar da fama no Tigre, eles estão preparados para a pressão dos torcedores, que costumam a apoiar o clube em todas as partidas.

"São grandes jogadores e sabem atuar com apoio da torcida. Espero que essa formação dê certo nos jogos", frisou Ney Mineiro.

Para o técnico Luís Carlos Martins, não há problema em jogar com os três atacantes. Ele acredita que o time não ficará fragilizado atrás. "Estamos trabalhando em cima disso, que eles precisam marcar também. Mas os três são bons jogadores."

Segundo Diogo Acosta, a responsabilidade do trio aumenta. "Temos de ser aguerridos na marcação para ajudar na defesa", afirmou.