"Vamos ingressar ainda nesta segunda com um recurso no TJ", afirmou Gilmar Mauro, líder do movimento.
Após tomar ciência da decisao do TJ, no dia 30, a juíza Sílvia Elena Gigena de Siqueira, da 1ª Vara de Matao, que havia negado a liminar em primeira instância, reuniu-se com os líderes dos sem-terra e estipulou um prazo de 20 dias para que eles deixem a área. Em seu despacho, a juíza justifica a necessidade desse prazo por causa do grande número de pessoas no acampamento, incluindo crianças.
A liminar foi concedida ao Grupo Corona, que administra a Usina Bonfim, arrendatária da Fazenda Chimbó, localizada à margem do quilômetro 315 da rodovia Washington Luiz.
A área está ocupada desde 18 de dezembro. Na última semana aumentou bastante o número de sem-terra no acampamento, passando de 600 para mais de mil famílias, de acordo com o líder Gilmar Mauro. "Cadastramos cerca de 3 mil famílias na regiao. Com a crise na citricultura e com o fim da safra de cana-de-açúcar, o desemprego tende a aumentar no campo", avalia.
Além de contestar a liminar judicialmente, o MST pretende recorrer ao Instituto Nacional de Colonizaçao e Reforma Agrária (Incra) e ao Ministério de Política Fundiária para pedir a interferência do órgao no sentido de "tornar efetivo o compromisso assumido pelo presidente Fernando Henrique Cardoso de desapropriar terras de grandes devedores do INSS e do Banco do Brasil para fins de reforma agrária", disse o líder sem-terra.
Segundo informaçoes extra-oficiais do MST, os arrendatários da Chimbó teriam uma dívida de cerca de R$ 100 milhoes junto ao INSS.
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