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MST vai recorrer contra liminar de despejo
Do Diário do Grande ABC
03/01/2000 | 17:26
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O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) pretende recorrer contra a liminar concedida pelo Tribunal de Justiça do Estado de Sao Paulo (TJ-SP) que determina a desocupaçao da Fazenda Chimbó, em Matao, no interior do Estado.

"Vamos ingressar ainda nesta segunda com um recurso no TJ", afirmou Gilmar Mauro, líder do movimento.

Após tomar ciência da decisao do TJ, no dia 30, a juíza Sílvia Elena Gigena de Siqueira, da 1ª Vara de Matao, que havia negado a liminar em primeira instância, reuniu-se com os líderes dos sem-terra e estipulou um prazo de 20 dias para que eles deixem a área. Em seu despacho, a juíza justifica a necessidade desse prazo por causa do grande número de pessoas no acampamento, incluindo crianças.

A liminar foi concedida ao Grupo Corona, que administra a Usina Bonfim, arrendatária da Fazenda Chimbó, localizada à margem do quilômetro 315 da rodovia Washington Luiz.

A área está ocupada desde 18 de dezembro. Na última semana aumentou bastante o número de sem-terra no acampamento, passando de 600 para mais de mil famílias, de acordo com o líder Gilmar Mauro. "Cadastramos cerca de 3 mil famílias na regiao. Com a crise na citricultura e com o fim da safra de cana-de-açúcar, o desemprego tende a aumentar no campo", avalia.

Além de contestar a liminar judicialmente, o MST pretende recorrer ao Instituto Nacional de Colonizaçao e Reforma Agrária (Incra) e ao Ministério de Política Fundiária para pedir a interferência do órgao no sentido de "tornar efetivo o compromisso assumido pelo presidente Fernando Henrique Cardoso de desapropriar terras de grandes devedores do INSS e do Banco do Brasil para fins de reforma agrária", disse o líder sem-terra.

Segundo informaçoes extra-oficiais do MST, os arrendatários da Chimbó teriam uma dívida de cerca de R$ 100 milhoes junto ao INSS.




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