O dólar comercial rompeu a barreira dos R$ 2,90 e encerrou os negócios desta quinta-feira em queda de 0,37%, cotado a R$ 2,894 na compra e R$ 2,896 na venda. Após o Banco Central (BC) anunciar que não realizaria nenhum leilão no mercado de dólares à vista, a divisa caiu. A cotação também foi pressionada pela redução do risco-país para um patamar inferior a 500 pontos-base e pelo fluxo cambial positivo, garantido pela entrada de recursos externos no país — resultado de exportações.

O mercado acionário operou otimista com a garantia, dada nesta quarta-feira pelo presidente do Federal Reserva (banco central americano), Alan Greenspan, de que a taxa de juros americana permanecerá, por enquanto, em 1% ao ano — a menor da história do país. Uma possível indicação de aumento poderia afetar o fluxo positivo dos países emergentes.

Durante as negociações, os investidores estavam atentos a uma possível intervenção do BC, que há mais de uma semana não compra dólares no mercado, porém, a instituição não realizou nenhum leilão e fez a cotação despencar. O BC costuma intervir desde o início de janeiro para evitar uma baixa muito acentuada da moeda, indicando que não aprova um recuo abaixo de R$ 2,90, em razão das exportações do país.

O mercado também volta suas expectativas para a reunião da próxima semana do Comitê de Política Monetária (Copom), que acontecerá nos dias 17 e 18. O Copom vai decidir se mantém os juros nos atuais 16,5% ao ano.