As indústrias do ramo automotivo da região foram apresentadas ontem às novas linhas de financiamento para o setor oferecidas pela Caixa Econômica Federal. Trata-se de convênio firmado há um mês entre a Caixa e entidades do segmento, que tem como foco oferecer empréstimos com base na antecipação do valor de contratos de encomendas fechados entre fornecedor e a montadora ou sistemista. Pelo acordo, as indústrias de autopeças poderão, por exemplo, suprir a necessidade de capital de giro, com juros a partir de 0,83% ao mês, prazo de 60 meses e carência de seis meses para o pagamento das prestações.

Pouco mais de dez empresas do ramo na região já procuraram o banco para se beneficiar do convênio, com R$ 7 milhões em negociação, segundo o gerente regional de pessoa jurídica no Grande ABC, Ronny Peterson da Costa. Ele calcula que será possível chegar a R$ 50 milhões em negócios até o fim do ano.

Presente a evento realizado em Santo André em parceria com a Caixa para divulgar as linhas, o presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), Luiz Moan, afirmou que o objetivo é reduzir o risco (do não pagamento) do empréstimo e, dessa forma, ter custo mais acessível, para ajudar as empresas do ramo, na crise.

Ainda faltam alguns ajustes. “Pedimos mais agilidade para as montadoras na assinatura dos contratos”, disse o vice-presidente da Caixa, Antonio Carlos Ferreira. Porém, o convênio foi bem recebido pelo segmento de autopeças. “Chegou na melhor hora possível”, afirmou o conselheiro do Sindipeças (Sindicato Nacional das Indústrias de Componentes para Veículos Automotores), Milton de Castro. Um obstáculo, no entanto, ainda é a necessidade de as empresas estarem em dia com seus débitos fiscais.