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Trabalhadores da Volkswagen aprovam PPE em S.Bernardo

Redução será de 20% na jornada de trabalho e de
10% nos salários; excedente é de 2.700 operários

Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
18/09/2015 | 07:03
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Denis Maciel/DGABC


Os trabalhadores da Volkswagen na fábrica de São Bernardo aceitaram ontem a proposta de PPE (Programa de Proteção ao Emprego) em assembleia realizada pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. A partir de outubro, conforme o Diário antecipou, os funcionários terão a jornada de trabalho reduzida em 20% e os salários diminuídos em 10%, já que o governo complementa a metade dos 20% com recursos do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador).

A Volkswagen é a segunda montadora no País a aderir ao PPE. Em agosto, a Mercedes-Benz, na unidade são-bernardense, também aprovou o programa com os mesmos percentuais de recuo para todos os seus 10 mil empregados.

Na prática, considerando o rendimento médio do empregado da Volks, de R$ 6.300, o vencimento vai baixar para R$ 5.670 durante seis meses, que podem ser prorrogados por mais seis. Os valores de férias e 13º salário, entretanto, não sofrem diminuição, conforme o previsto na MP (Medida Provisória) 680/2015. Como o complemento do governo é de até R$ 900,24 por trabalhador, a medida determina que a empresa inteire o restante, de modo que a redução não passe de 10%. Os funcionários deverão trabalhar um dia a menos na semana para frear o ritmo de produção.

Segundo o secretário-geral do sindicato, Wagner Santana, serão envolvidos no PPE em torno de 10,5 mil empregados, sendo que outros 1.200, de áreas como estamparia, ferramentaria, manutenção de atividades ininterruptas e engenharia, entre outras, ficarão de fora.

“A aprovação do PPE só reafirma a estabilidade dos funcionários até 2019, e tranquiliza quem está em lay-off (suspensão temporária de contrato), afirma Santana. Conforme as regras do programa, é garantida aos operários a estabilidade durante o seu período de duração mais um terço, ou seja, os empregados não podem ser demitidos por oito meses. “Ainda bem que todos os companheiros aceitaram a proposta. Para nós, que estamos em lay-off, é um alívio. Podemos dormir tranquilos por um tempo”, desabafa um dos trabalhadores suspensos que preferiu não se identificar.

Existem atualmente 2.700 funcionários afastados, que equivalem ao excedente atual da montadora, aponta o sindicalista. No dia 1º de novembro retornam à Volks 850 deles. O restante, suspenso até 6 de dezembro, assim como todos na fábrica, entram em férias coletivas dos dias 7 a 18, e em período de compensação de 19 a 4 de janeiro. A partir de então, dependendo de como estiver o mercado, outro grupo pode entrar em lay-off.

Procurada, a Volkswagen informa, em nota, que “em acordo com o sindicato e a representação dos empregados da unidade Anchieta, irá solicitar ao governo a adesão ao PPE para sua fábrica do Grande ABC”.

FORD - Os 4.300 trabalhadores da Ford continuam em greve, iniciada há oito dias. Eles protestam contra as demissões de 200 operários no início do mês. “A Ford segue em negociação com o sindicato para tratar do excedente (avaliado em 200 pessoas) da força de trabalho na fábrica de São Bernardo devido à redução da demanda automotiva”, avisa em nota. O sindicato tenta a reversão dos cortes e a adesão ao PPE, como conseguiu com a Mercedes no fim de agosto, que cancelou 1.500 demissões.
 




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