Os tempos de recessão exigem nova postura de representantes do Grande ABC nas esferas estadual e federal do poder. Como é praticamente certo que as verbas públicas serão escassas no próximo ano, por causa da crise econômica que assola a República, a permanente vigilância dos deputados que possuem endereço eleitoral nas sete cidades será de suma importância para que a região perca o mínimo possível de repasses. A defesa dos interesses da sociedade local precisa ficar acima de conveniências políticas e cores partidárias.

A bancada do Grande ABC é composta atualmente por dois deputados com assento na Câmara Federal e outros sete com cadeira na Assembleia Legislativa. Trata-se de grupo significativo, com poder de influenciar os destinos dos recursos liberados pela presidente Dilma Rousseff (PT) e pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB). Têm, todavia, de permanecer atentos a qualquer tentativa de prejudicar o encaminhamento de dinheiro para as sete cidades da região.

É verdade que o trabalho de lutar pelos anseios da região não cabe apenas aos parlamentares, mas também aos representantes do Executivo. Exatamente como fez o prefeito de Mauá, Donisete Braga (PT), que foi a Brasília para conversar com o ministro Arthur Chioro para pedir que o corte de R$ 8 bilhões no orçamento da Saúde no ano que vem não inclua o valor destinado às reformas das unidades de atendimento público que estão em andamento no município.

São em momentos turbulentos, como este que o País enfrenta, que a população pode ter noção mais exata da qualidade dos homens públicos que elege. Os reflexos do contingenciamento das verbas estaduais e federais no andamento de obras e programas, se maiores ou menores, vão comprovar se os representantes do Grande ABC na Câmara Federal e na Assembleia Legislativa têm compromisso com a região ou com políticos e partidos.