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Correios entram em greve a partir de hoje

Paralisação deve prosseguir até segunda; por dia, deixam de ser entregues 511,5 mil itens

Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
16/09/2015 | 07:24
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Denis Maciel/DGABC


Os trabalhadores dos Correios decretaram greve por tempo indeterminado a partir de hoje. Em assembleia realizada pelo Sintect-SP (Sindicato dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios, Telégrafos e Similares de São Paulo, Grande São Paulo e Zona Postal de Sorocaba), os funcionários negaram a proposta do TST (Tribunal Superior do Trabalho), que oferecia gratificação de R$ 150 mensais retroativos a 1º de agosto, mais R$ 50 a partir de janeiro do ano que vem.

“Desse total, apenas R$ 50, e somente em agosto de 2016, seriam incorporados aos salários”, afirma José Luiz de Oliveira, diretor do Sintect-SP no Grande ABC. “Isso nos prejudica, pois, pensando em não elevar os encargos trabalhistas, recebemos menos nas férias, no 13º salário, nas horas extras e no valor da aposentadoria, já que essas gratificações são como bônus. Essa proposta é uma afronta ao movimento sindical.”

O pleito da categoria era de reajuste da inflação, segundo o ICV (Índice do Custo de Vida), do Dieese, que acumulou 10,04% em agosto, mais aumento real de 10%.

PREJUÍZO - No Grande ABC, os cerca de 1.500 empregados dos Correios deverão cruzar os braços por tempo indeterminado, até segunda-feira, pelo menos, quando haverá nova assembleia do Sintect-SP, o que vai gerar transtorno na entrega de correspondências e produtos. Por dia, deixarão de ser enviados 511,5 mil itens, segundo cálculos de Oliveira.

Na unidade operacional da Avenida dos Estados, em Santo André, onde são separadas as cartas, são cerca de 500 mil delas por dia na região – ao todo, deixará de ser tratado 1 milhão de correspondências, sendo a metade referente a outros Estados. Nas centrais de encomendas, locais em que são distribuídos pacotes por meio dos serviços Sedex, Sedex 10 e Sedex Hoje, não serão entregues 7.000 mercadorias na Travessa Santo Amaro, em Santo André, e 4.500 na Av. Wallace Simonsen, em São Bernardo.

Segundo o diretor do Sindect-SP, as franquias dos Correios funcionam durante a greve, então o problema não será despachar itens, mas recebê-los, já que as entregas serão prejudicadas.

OFERTA - A proposta de reajuste foi realizada pelo TST na sexta-feira, após os Correios procurarem o tribunal para mediar a negociação salarial. Até então, a oferta era composta de R$ 100 mensais de gratificação.

Outro ponto que incomodou os trabalhadores foi a mudança na cobrança do plano de saúde. “Hoje, o empregado paga o convênio conforme ele usa. Agora, os Correios querem descontar 13% do salário bruto mensal, além de manter o sistema de pagar quando usar”, explica Oliveira.

Para o vale-alimentação, vale-cesta, auxílio-filho especial e auxílio creche/babá foi oferecida a reposição da inflação de 9,56%, conforme o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) de julho. “Nos anos anteriores, inclusive no ano passado, conseguíamos acordos melhores, com o aumento real dos benefícios. O vale-refeição, por exemplo, conseguimos elevar de R$ 27 para R$ 34”, conta. O pleito agora é de R$ 40.
 




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