Política Titulo Editorial
O lado mais fraco
Do Diário do Grande ABC
11/09/2015 | 08:23
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Aline Pietri/DGABC


O País não vai bem economicamente. Desde que o Brasil conseguiu domar o monstro da superinflação, ainda nos anos 1990, o noticiário financeiro nunca esteve tão desalentador quanto o dos últimos tempos. E, infelizmente, os reflexos dos erros na condução da política fazendária da Nação, assumidos inclusive pela presidente Dilma Rousseff (PT) no pronunciamento que fez pela internet por ocasião da Proclamação da Independência, atingem em cheio o cidadão comum.

Agora são os trabalhadores da unidade da Ford em São Bernardo que resolveram cruzar os braços, por tempo indeterminado, em tentativa de reverter as cerca de 200 demissões anunciadas pela montadora. A decisão da empresa é surpreendente porque sequer cogitou, como seria natural, aderir ao PPE (Programa de Proteção ao Emprego), plano lançado pelo governo federal para evitar cortes de pessoal em época de crise econômica.

O grande problema do cenário recessivo é a dificuldade de se sair dele. Exemplo: o governo federal poderia lançar programa para reduzir a alíquota de impostos de produtos nacionais – assim estimulando a indústria a produzir e, com isso, deixar de demitir –, mas como abrir mão de receita justamente no momento em que se sabe que o deficit no Orçamento de 2016 é do tamanho de R$ 30,5 bilhões?

A verdade é que a crise econômica e a falta de perspectiva positiva a médio prazo têm trazido pessimismo aos empresários, que se recusam a acreditar nas boas intenções do governo federal. E, por isso, optam pelo caminho mais fácil, demitir. A desconfiança patronal tem razão de ser. Afinal, a presidente Dilma Rousseff (PT) conquistou a reeleição, em outubro, falando da solidez financeira do País, algo que, menos de um ano depois, revelou-se história da carochinha. E o trabalhador, infelizmente, agora arca com as consequências da campanha política ardilosa. Como sempre, a corda arrebenta do lado mais fraco.  




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