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Pantanal reinaugura trem turístico
Heloísa Cestari
Do Diário do Grande ABC
14/05/2009 | 07:00
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O problema das distâncias e dificuldades de acesso nas estradas pantaneiras está começando a entrar nos trilhos. Literalmente. Depois de 18 anos fora de operação, o Trem do Pantanal foi reinaugurado sexta-feira, na presença de Lula e do presidente do Paraguai, Fernando Lugo. Juntos, eles descerraram a placa inaugural da linha turística que ligará, a partir do próximo sábado, a capital do Mato Grosso do Sul, Campo Grande, à cidade de Miranda, num trecho de 220 quilômetros com direito a paradas em Piraputanga e Aquidauana. A segunda fase do projeto ainda prevê ampliar a linha até Corumbá.

Com velocidade média de 35 quilômetros por hora, a locomotiva, administrada pela concessionária Serra Verde Express, partirá todos os sábados de Campo Grande, às 7h30, e retornará de Miranda às 8h30 do domingo.

A viagem dura de sete a oito horas, mas, diante da beleza do percurso, o que menos importa é o horário da chegada. A própria velocidade foi planejada para que o turista possa contemplar a paisagem, flagrar alguns animais típicos da fauna pantaneira em seu habitat - racomo a emblemática ara-azul - e, com sorte, fotografá-los da janela do trem.

Para os que pretendem estender a viagem, a BWT Operadora - que já comercializa oficialmente as passagens - oferece pacotes casados com passeios por Campo Grande e Bonito. "O trem é uma grife que consolida ainda mais o Mato Grosso do Sul como o Estado do Pantanal", declarou o governador André Puccinelli.

Ao todo, os nove vagões comportam 414 passageiros, que deverão desembolsar de R$ 39 (categoria econômica) a R$ 126 (luxo, com serviço de bordo) pela viagem. Na classe turística, o bilhete sai a R$ 77. Mas a princípio apenas 282 assentos estarão disponíveis. O aumento para a capacidade máxima da composição está previsto para 2010, quando o passeio a bordo do Trem do Pantanal terá seu roteiro estendido até Corumbá.

CAMPO GRANDE - Antes de embarcar no trem, vale conferir algumas atrações turísticas da capital sul-mato-grossense. Cidade plana e arborizada, "morena" no apelido, mas com terra vermelha e povo de pele acobreada, fruto da mistura entre índios, bolivianos, paraguaios e até japoneses, Campo Grande floresceu a partir da segunda metade do século 19 como entreposto de comércio de gado.

O Memorial dos Povos Indígenas, na aldeia urbana Marçal, mostra bem a influência dos primeiros habitantes do continente, com acervo variado de cerâmica Terena, artesanato em palha, telas com motivos indígenas e literatura específica. Sua arquitetura - constituída de bambu e palha de sapé - é pioneira no País.

Peças de artesanato indígenas também podem ser adquiridas na Casa do Artesão e na Feira Central, junto a inúmeros quiosques de frutas, verduras e especialidades típicas.

E no Parque das Nações Indígenas - ponto de encontro dos moradores da cidade -, o visitante tem a possibilidade de conferir exposições de arte contemporânea e indígena, além de desfrutar da infraestrutura composta por pistas de Cooper, palco, espaço para caminhadas, e teatro de arena, pista de skate e lago. Tudo, é claro, antes que o trem parta da estação.




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