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Firestone aposta em exportações
Antonio Rogério Cazzali
Do Diário do Grande ABC
03/08/2002 | 19:48
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O presidente da Bridgestone Firestone do Brasil, Eugenio Deliberato, assumiu a empresa em outubro do ano passado e, nos últimos meses, trabalha na busca de alternativas para superar as várias crises da economia internacional e também as turbulências internas, a exemplo do racionamento de energia elétrica, no segundo semestre do ano passado. Segundo ele, essa junção de fatores fez com que as exportações da empresa caíssem por volta de 70%, no final de 2001. Apesar da lenta retomada, Deliberato afirmou que a meta da companhia será fechar este ano com faturamento cerca de 5% maior do que em 2001, quando a companhia faturou R$ 966 milhões.

“Nós já retomamos as exportações entre 30% e 40% no primeiro semestre, em comparação com o mesmo período do ano passado. As remessas de produtos para os Estados Unidos foram retomadas e o mercado mexicano surgiu como boa alternativa em substituição ao argentino.” Das exportações atuais da Bridgestone Firestone do Brasil, 85% são assimiladas pelos Estados Unidos e os 15% restantes entre os países da América do Sul, e agora o México. Os pneus que seguem para o mercado mexicano são de carga, para ônibus e caminhões.

Lento – De acordo com Deliberato, no mercado interno a retomada dos volumes de vendas aos patamares de anos anteriores está ocorrendo de forma lenta, mas gradativa, no mesmo passo da economia brasileira. “No mercado nacional nossa participação cresce em média 2% ao ano.” Segundo ele, do total de pneus fabricados em Santo André, 25% são para exportação, 25% para compor veículos na linha de montagem e os 50% restantes para o mercado de reposição.

Segundo ele, a empresa mantém sua política de investimentos na fábrica de Santo André. No ano passado, a unidade recebeu aporte da ordem de US$ 100 milhões, o que possibilitou a fabricação, no Grande ABC, de pneus da marca Bridgestone para caminhões e ônibus. “Como demonstração de confiança da empresa no grande potencial da região, a Bridgestone Firestone ainda fará investimentos de US$ 25 milhões ao ano, até 2005.”

Como afirmou o presidente, essas somas servirão para um melhor aparelhamento tecnológico da planta, desenvolvimento de novos processos de fabricação, cuidados com meio ambiente, entre outros. Além disso, segundo Deliberato, a companhia já trabalha, há cerca de quatro anos, na padronização das revendas para ganhar a preferência do consumidor na briga pelo mercado de reposição. “Nos últimos quatro anos conseguimos padronizar mais de 350 revendas e nossa meta é ter, até 2003, 500 delas dentro do novo conceito, num universo de 600 pontos-de-vendas que temos espalhados pelo país.”

Público feminino – De acordo com o presidente da empresa, a reestruturação das revendas da Bridgestone Firestone tem a preocupação inclusive com o público feminino. “A mulher tem boa participação na compra de nossos produtos e, por isso, as revendas precisam estar adequadas para elas, inclusive com espaço para as crianças se divertirem enquanto aguardam os serviços.”

Segundo Deliberato, a companhia mantém, além da fábrica de Santo André, onde emprega por volta de 3 mil trabalhadores, um centro de distribuição em Mauá e campo de prova na cidade de São Pedro, no interior paulista. “Temos intenções de ampliar a fábrica de Santo André até 2004, região onde estamos estabelecidos há quase 80 anos.” De acordo com ele, o crescimento recente das exportações fizeram com que a companhia contratasse cerca de 80 trabalhadores nos últimos dias. “Adotamos inclusive o terceiro turno de trabalho.”

A preocupação da empresa com reciclagem de pneus é grande. “Nós seguimos a determinação da Anip (Associação Nacional dos Fabricantes de Pneumáticos). Neste ano, para cada quatro pneus novos, um tem de ser reciclado. Em 2003, de cada quatro pneus fabricados, dois deverão ser reciclados e assim por diante, até que se tenha um equilíbrio”, disse.

Segundo Deliberato, a entrada nos últimos anos dos pneus importados não afetou o volume de vendas da companhia no mercado interno. “O cliente pode até levar em conta o preço, no primeiro momento da compra, entretanto, o aspecto qualidade e, por conseguinte, a segurança, pesam muito.




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