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Flamengo diz que dispensa de Romário é irreversível
Do Diário do Grande ABC
14/11/1999 | 18:42
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O presidente do Flamengo, Edmundo Santos Silva, descartou qualquer possibilidade de voltar atrás no afastamento do atacante Romário do clube ao orientar o vice-presidente jurídico Júlio Gomes a acertar a rescisao do contrato do jogador nesta segunda-feira. No sábado, Romário disse que ainda nao se considerava desligado do Rubro-Negro, afirmando que está disposto a resolver o impasse com o clube. "O Flamengo ainda é o meu clube".

Gomes informou que deve encontrar-se com o procurador do atacante e confirmar a saída de Romário do clube. Apesar de ainda nao ter lido o contrato do jogador, o vice-presidente jurídico negou que o clube tenha de pagar um multa rescisória. "Ele foi demitido por justa causa e nao há motivo para receber nada", afirmou.

Edmundo decidiu afastar Romário porque, na quinta-feira, ele fugiu da concentraçao do Flamengo em Caxias do Sul (RS) e foi ao bar Quinta Estaçao, com quatro jogadores. Além de Romário, o meia Fábio Baiano e o atacante Leandro Machado também sairao do Rubro-Negro e terao os seus passes vendidos. Romário nao foi localizado neste domingo.

Segundo o superintendente de Futebol, Gilmar Rinaldi, os jogadores foram afastados porque sao reincidentes. "Eles já tinham feito isso antes da final do Estadual", explicou. Os meias Maurinho e Marcelo, que acompanharam os três, ficarao no Flamengo e devem ser multados.

Além de descumprirem uma ordem do chefe da delegaçao, José Rodrigues, que tinha informado que eles nao podiam sair, Fábio Baiano e Leandro mentiram quando perguntados sobre o assunto. Eles disseram que tinham ficado nos quartos de companheiros de time jogando baralho. Na sexta-feira, Rodrigues descobriu a verdade e informou a Rinaldi, que desligou os jogadores da delegaçao.

No sábado, o presidente do time carioca explicou que o afastamento de Romário, Fábio Baiano e Leandro Machado marca o início da implantaçao de uma nova mentalidade no clube. Segundo ele, nao serao mais tolerados casos de indisciplinas e os jogadores que gostam de sair à noite serao dispensados. Edmundo disse que os três atletas nao mereciam vestir a camisa do Flamengo.

Edmundo garantiu que pagará os cerca de 4,5 milhoes que o clube deve a Romário nos próximos dias. Júlio Gomes, no entanto, acredita que isso nao será possível antes de o Flamengo fechar o contrato com International Sports License (ISL), o que deve acontecer no final de novembro. "No momento, o clube nao tem dinheiro para pagar a dívida", afirmou. Herdada da administraçao Kleber Leite, a dívida refere-se a direitos de imagem do jogador.

Durante os quatro anos que ficou no Flamengo, com dois períodos de interrupçoes, Romário foi protagonista de diversos episódios que geraram polêmica. Em 1995, ele foi responsável pela saída do técnico Wanderley Luxemburgo, que tentou impor regras ao jogador. Ainda nesse ano, ele envolveu-se em brigas com dois jogadores do clube: Sávio e Jorge Luiz.

Após a conquista do Estadual de 1996, ele teve o passe vendido para o Valencia, da Espanha, onde jogou por apenas dois meses, voltando ao Flamengo por empréstimo. Em 1997, o atacante atuou pelo Valencia por oito meses, até ter o passe novamente comprado pelo Rubro-Negro. Com Edmundo na presidência, ele voltou a brigar com superiores por causa de indisciplina. Ao faltar a quatro treinos em dez dias, Romário desentendeu-se com Gilmar Rinaldi.




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