A Aracruz Celulose, a Stora Enso Oyj (sueco-finlandesa) e a Odebrecht assinaram carta de intençoes. O documento contempla uma participaçao acionária de 45% da Aracruz na Veracel. As empresas deverao coordenar os programas de investimento na nova linha de produçao da Aracruz e no projeto da fábrica de celulose da Veracel, em Eunápolis, na Bahia. Com este objetivo, a Aracruz comprará por cerca de US$ 83 milhoes a participaçao acionária de 45% no capital da Veracel.

Após a operaçao, a Stora Enso vai participar com 45% e a Odebrecht terá 10% no capital da Veracel. ``O que nos interessa na Veracel sao os ativos de terras. A empresa, embora nao dê lucro, tem valor estratégico para nós', explicou o diretor presidente da Aracruz, Carlos Aguiar. O acordo final deverá ser assinado na segunda metade de agosto.

Aguiar e toda a sua diretoria participaram da entrevista coletiva hoje, no escritório da empresa, na zona Sul do Rio, quando foram apresentados novos projetos de investimentos.

Na ocasiao, foi anunciado que a empresa vai ampliar sua capacidade de produçao para dois milhoes de toneladas, com investimento de US$ 840 milhoes em uma nova linha de celulose, no Espírito Santo. A iniciativa vai elevar seu faturamento para US$ 1 bilhao. Em 1999, a receita bruta da Aracruz ficou em US$ 585 milhoes.

O projeto consiste na instalaçao da nova linha de produçao, com capacidade de 700 mil toneladas anuais, no mesmo local da fábrica atual. O suprimento de madeira vai requerer aumento da base florestal da empresa em, aproximadamente, 72 mil hectares de plantio de eucalipto. As obras deverao começar ainda neste semestre, enquanto a produçao tem início previsto para o terceiro trimestre de 2002.

A capacidade plena de produçao deve ser atingida no ano seguinte. O projeto de expansao vai criar 3.300 empregos diretos em um primeiro momento e, 100% da produçao será exportada. A empresa já está negociando com fornecedores a compra de equipamentos, que deve acontecer a partir de agosto.

Durante a entrevista, o diretor presidente da Aracruz, Carlos Aguiar, informou que o BNDES vai financiar 50% dos US$ 840 milhoes a serem investidos na instalaçao da nova linha de produçao. Segundo ele US$ 150 milhoes serao obtidos através de financiamentos externos para compra de equipamentos e, o restante, virá de recursos próprios da empresa.

Na próxima quinta-feira, a Aracruz vai divulgar o resultado financeiro do primeiro semestre deste ano. ``O Brasil é muito competitivo neste setor. Acreditamos que daqui há 10 ou 15 anos, a Aracruz deverá se tornar uma empresa global``, afirmou Aguiar.