Chama a atenção o desprezo com que o prefeito Saulo Benevides (PMDB) trata projeto assistencial de tanta importância quanto as residências terapêuticas de Ribeirão Pires, abrigos para quase uma centena de cidadãos com graus variados de deficiência intelectual, incapazes de gerir os próprios destinos sem auxílio de terceiros. Faz mais de um ano que o Ministério Público, em visita aos endereços, descobriu falhas gravíssimas nas estruturas dos imóveis e nos protocolos de atendimento, mas até hoje nada foi feito para solucioná-las.

Novamente no alvo dos promotores, que instauraram inquérito para apurar a responsabilidade dele no caso, Saulo volta a dizer que vai realizar todas as determinações feitas pelo MP para melhorar as sete residências terapêuticas existentes em Ribeirão Pires. Uma questão se impõe: desta vez, o chefe do Executivo vai cumprir o prometido?

Difícil saber, mas o histórico do peemedebista não é dos mais positivos. Ele assumiu o mesmo compromisso há pouco mais de um ano, mas desde então não mexeu uma palha para corrigir as distorções do programa social. Exatamente por desrespeitar o acordo, a administração está sendo multada, desde 1º de agosto, em R$ 1.000 diariamente. No momento, o débito supera os R$ 30 mil. Ou seja, mais uma conta para a população pagar.

Saulo está próximo de entrar no último ano de seu governo em Ribeirão Pires. Eleito pela oposição, esperança da população para solucionar as falhas que se avolumavam, corre agora o risco de chegar ao fim do mandato tendo acentuado os problemas que se comprometeu a resolver durante a campanha de três anos atrás. O prazo de validade do chefe do Executivo está se esgotando. O pleito que pode renovar os quadros governistas está cada vez mais perto. O peemedebista terá coragem de voltar às urnas, pedir outra chance ao eleitorado ribeirão-pirense, mesmo sem conseguir tratar com dignidade os cidadãos que mais precisam?