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Em Diadema, CPI da Tecnisa é concluída com dois relatórios

Governo e oposição divergem em apontamento final sobre desrespeito à legislação municipal em construção de projeto no Piraporinha

Leandro Baldini
Do Diário do Grande ABC
06/09/2015 | 07:45
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Claudinei Plaza/DGABC


A CPI da Tecnisa, que investiga supostas irregularidades na construção de empreendimento imobiliário em Diadema, foi concluída na quinta-feira depois de quase cinco meses de apuração, com dois relatórios. A comissão foi instaurada com o objetivo de averiguar as razões pelas quais o governo do prefeito Lauro Michels (PV) e a construtora desrespeitaram lei municipal ao não criarem uma exigida rua de escoamento em projeto no bairro Piraporinha, entre as avenidas Fábio Eduardo Ramos Esquível e Ulysses Guimarães.

Relator da CPI, o governista e líder do governo, Atevaldo Leitão (PSDB), concluiu a investigação e evitou apontar culpa direta pela falta de construção da rua. “Desde o começo, essa CPI teve motivação apenas política. Quando o caso foi trazido à tona, a construtora e a administração trouxeram esclarecimentos e já prontificaram soluções. Então, não havia necessidade de instauração”, pontuou o tucano.

Presidente da comissão e um dos líderes da oposição na Casa, Josa Queiroz (PT) admitiu ter protocolado texto paralelo somente após ter conhecimento do teor apresentado por Leitão. “Foi um relatório extremamente brando, sem responsabilizar ninguém e isso não pode acontecer. Diante disso, já vinha trabalhando em conclusão própria que, sendo justo, responsabiliza negligência do governo e da Tecnisa”, considerou.

O texto de Leitão será levado para votação na quinta-feira, necessitando de aprovação da maioria simples – 11 votos entre os 21 vereadores.

O cenário atual na Câmara, porém, apresenta oposição com maioria, justamente 11 adesões (seis do PT, dois do PSB, dois do PRB e um representante do PMDB).

“De qualquer maneira, o relatório que apresentei é o mais sensato, porque todos os vereadores que tiveram dúvidas desse caso receberam explicações. O dono da construtora falou, o governo também. Não existem razões para estender esse assunto”, assegurou Leitão.

“Tenho certeza de que conseguiremos rejeitar o relatório do governo e não somente por questão política e sim por se constatarem falhas (no caso)”, rebateu Josa.

O episódio do empreendimento imobiliário foi cercado por polêmicas e discussões na cidade. Em abril, reportagem do Diário revelou desrespeito à legislação municipal por parte da administração Lauro Michels e pela Tecnisa, que não construíram rua entre os corredores viários para amenizar impacto do projeto.

Diante da repercussão negativa, bancada de oposição emplacou CPI. Ao longo dos meses, a comissão colheu oitivas do secretário de Habitação do município, Eduardo Monteiro, Milton Nakamura, ex-titular de Habitação no governo Mário Reali (PT), além de técnicos e diretores da construtora. Integrantes do Comdema (Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente) revelaram ausência de documentos de liberação da obra.

O Diário esteve novamente no local e conversou com funcionários do empreendimento. Eles revelaram conclusão da rua até o fim do ano.




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