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Irã tem forte participação no início da eleição presidencial
Da AFP
12/06/2009 | 09:11
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Da AFP


Os iranianos comparecem às urnas em massa nesta sexta-feira para escolher entre o ultraconservador Mahmud Ahmadinejad, que busca a reeleição, e o ex-premiê Mir Hosein Mussavi para o cargo de presidente do país.

Os locais de votação abriram as portas às 8h (0h30 de Brasília) e o fechamento está previsto para as 18h locais, mas o horário pode ser ampliado em função do fluxo.

A taxa de participação dos 46 milhões de eleitores é considerada um fator chave para permitir a realização de um segundo turno, ou até mesmo que Mussavi, um conservador moderado, vença no primeiro turno e se transforme na segunda pessoa mais poderosa do país depois do guia supremo, o aiatolá Ali Khamenei.

Na eleição de 2005, quando Ahmadinejad, praticamente um desconhecido até o momento, venceu o ex-presidente Akbar Hashemi Rafsandjani para surpresa de todos, a participação foi de 60%. Outros dois candidatos, o reformista Mehdi Karubi e o conservador Mohsen Rezai, também estão na disputa.

Ahmadinejad, 52 anos, conta com o voto das classes mais pobres para obter um novo mandato de quatro anos, enquanto Musavi, 67 anos, apoiado pelos reformistas, espera se beneficiar de uma rejeição à política do atual presidente.

Os resultados oficiais serão publicados em até 24 horas após o fim da votação. Caso nenhum candidato receba 50% mais um voto, o segundo turno acontecerá no dia de junho.

O guia supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei, votou cedo e disse que esperava uma votação tranquila, sem tensões nas zonas eleitorais.

A campanha eleitoral de três semanas, que terminou na quinta-feira, foi marcada por um clima de rivalidade extrema entre os candidatos, mas também por uma atmosfera de festas nas ruas, em um nível inédito na República Islâmica.

O presidente Ahmadinejad votou em um bairro do sudeste da capital. Ele, que se apresenta como um "servidor do povo", passou 40 minutos na fila antes de depositar a cédula na urna.

"A decisão clara, firme e revolucionária do povo oferecerá um futuro brilhante e progressista", declarou. Mussavi, que também votou em Teerã, interpretou como um bom presságio a forte participação.

Ao mesmo tempo pediu às autoridades uma vigilância às urnas e revelou ter recebido informações de que alguns de seus representantes não foram autorizados a atuar como observadores em alguns locais de votação.

A campanha refletiu as divisões profundas sobre o futuro do Irã depois dos quatro anos de mandato de Ahmadinejad. Os adversários criticaram sua retórica violenta durante a crise nuclear e contra Israel, que contribuiu para isolar o país.

O presidente ultraconservador retomou a bandeira da justiça social e da defesa dos mais pobres, que já havia usado em 2005. Endureceu o discurso com ataques pessoais contra Mussavi, a quem acusa de ser apoiado pelos "aproveitadores" do regime.

Mussavi, que retornou à vida política iraniana com força após 20 anos de ausência, denunciou as "mentiras" do presidente sobre seu balanço econômico e sua política populista.




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