Os cerca de 700 trabalhadores do Neomater estão sem saber qual o futuro do hospital em São Bernardo. Com os salários atrasados desde o dia seis deste mês, os funcionários estão em regime de paralisação a espera de notícias.

Segundo Edson Cardoso Macedo, diretor do Sindsaúde ABC (Sindicato da Saúde do Grande ABC), nos últimos três meses houve atrasos nos salários. "A situação é realmente muito complicada. O hospital atrasa pagamentos e há cinco meses não fornece cestas básicas e vale-transporte", explicou.

Macedo afirmou que há boatos que o hospital será vendido. "Ou é isso, ou será necessário fechar as portas, já que diretores do hospital afirmam que não há dinheiro para pagar os funcionários, e sequer previsão para o acerto", destacou.

Os funcionários não decretaram greve, para não prejudicar o atendimento e se revezam na paralisação. Enquanto isso, aguardam reunião que acontece hoje, as 10h para decidir qual rumo tomar. "Estamos tomando medidas jurídicas para que os salários sejam pagos e para garantir o emprego dos trabalhadores", afirmou o diretor.

Os 60 trabalhadores terceirizados do hospital, que cuidam da limpeza, também estão com salários atrasados.

A KNK Serviços, responsável pelos pagamentos, explicou que não há como pagar os funcionários, pois não houve repasse do hospital.

"Enquanto isso, os trabalhadores da rouparia fazem a limpeza improvisada. O que é ilegal e pode causar riscos de infecções hospitalares aos pacientes", destacou Macedo.

A reportagem do Diário tentou contato com a administração do Neomater, porém ninguém foi encontrado para falar sobre o assunto.

MANIFESTAÇÃO - Na manhã de ontem, o Sindsaúde ABC iniciou a primeira etapa, de uma série de manifestações, em frente ao Centro Médico Santa Helena, em São Bernardo. A categoria luta por reajuste salarial de 12%.