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Indústria de pneus
em fase de expansão
Wagner Oliveira
Do Diário do Grande ABC
16/04/2011 | 08:15
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Com uma série de lançamento de produtos de última geração, a indústria de pneus prepara nova fase de investimentos para ampliar a produção no Brasil. Com isso, o País se firma de vez como base de multinacionais do setor para suprir toda a região latino-americana.

Prometendo maior durabilidade, menor índice de ruído, economia de combustível e mais segurança, novos pneus de marcas locais buscam ganhar a preferência do consumidor brasileiro, que atualmente tem nos produtos importados opção de preço, mas ainda de qualidade duvidosa.

"Nossa nova linha de produtos está em sintonia com o que há de mais avançado no mundo, inclusive contribuindo para reduzir emissões de poluentes dos automóveis", afirmou Rogério Chaves de Aguiar, diretor de marketing e venda da Continental para a América Latina.

A Pirelli, que tem sede em Santo André, acaba de trazer para o mercado a linha de produtos Pirelli Green Performance - projetada para apresentar menor resistência ao rolamento. Com isso, há redução de consumo de combustível e, consequentemente, emissão de poluentes, sem contar a melhora da performance.

Apesar do cenário econômico propício a expansão, a Pirelli enfrenta denúncias de trabalhadores que foram demitidos, mesmo tendo estabilidade por doença de trabalho. A denúncia foi feita por ex-colaboradores da empresa e confirmada pelo Sindicato dos Borracheiros de São Paulo e Região.

Os novos pneus Cinturato P1, Cinturato P7 e Scorpion Verde All Season pesam aproximadamente 8% menos e trazem quatro símbolos nos flancos, que representam suas principais características ecológicas: redução do consumo de combustível; menor emissão de CO2; além de redução dos ruídos.

De acordo com o presidente da Anip (Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos), Eugênio Deliberato, as empresas do setor preparam investimento de US$ 2 bilhões nos próximos três anos para capacitar a indústria de pneumáticos e acompanhar o crescimento da frota de veículos no Brasil, que só em 2011 deve agregar 3,6 milhões de veículos.

Além disso, o setor também quer aproveitar os grandes acontecimentos esportivos no País - Copa do Mundo (2014) e Jogos Olímpicos (2016) -, que vão gerar novas oportunidades em grandes obras de infraestrutura nos próximos cinco anos.

"O que vemos no horizonte são dois grandes eventos esportivos que exigirão obras e investimentos que movimentarão a economia. Isso é muito bom também para o setor de pneumáticos", reconhece Deliberato.

Além disso, também há o gigantesco mercado de reposição. Só no ano passado, o Brasil consumiu 67,3 milhões de unidades - incluindo o abastecimento para montadoras nacionais para a produção de automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus, motocicletas, máquinas agrícolas, construção civil e até mesmo aviões. Em 2011, o mercado deve ultrapassar 70 milhões.

 

Após recuperação em 2010, setor mantém otimismo

Para 2011, os fabricantes de pneus instalados no Brasil esperam crescer um pouco acima do PIB (Produto Interno Bruto), mas dentro do ritmo projetado pela indústria automobilística. O objetivo é atingir expansão na faixa dos 5%, enquanto a alta do Produto Interno Bruto deve ficar em 4% neste ano.

"A nossa indústria até está preparada para sustentar e fornecer produtos para crescimento além do projetado, mas preferimos crescer em linha com o conjunto da indústria automobilística", explica Eugenio Deliberato, da Anip.

Após conseguir equilibrar a concorrência com importados, após a adoção de medidas antidumping contra pneus chineses e novas regras para destinação de pneus inservíveis, fabricantes registraram crescimento de 15% em 2010, índice que deixou a indústria confiante para investimentos futuros.

"Com 15% de alta na produção em 2010, recuperamos os 10% de queda de 2009 por conta da crise mundial. O ano passado foi de recuperação e de crescimento", disse o presidente da Anip.

 

Programa destina corretamente descartáveis

Em 2010, a indústria também conseguiu avançar em termos de questões ambientais com programa de reciclagem dos pneus descartados. Considerada uma das maiores iniciativas da indústria brasileira na área de responsabilidade pós-consumo, a Reciclanip foi criada em 2007 para consolidar o Programa Nacional de Coleta e Destinação de Pneus Inservíveis, adotado pela Anip para atender resolução do Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente).

Desde 1999, quando a Anip iniciou a coleta dos pneus descartados pelos fabricantes, mais de 1,54 milhão de toneladas de pneus inservíveis - equivalente a 310 milhões de pneus de passeio - foram coletados e destinados adequadamente.

Os fabricantes investiram US$ 123,7 milhões no programa até o fim de 2010. "Em 2011, as empresas devem injetar 20% mais para a coleta e destinação de pneus inservíveis, com previsão de US$ 41,5 milhões para as ações da Reciclanip", afirma Eugênio Deliberato, presidente da Anip.

O programa é desenvolvido por meio de parcerias com prefeituras que, além de ceder uma área dentro de normas específicas de segurança e higiene, recolhem e armazenam o material vindo de origens diversas, como borracharias, revendedoras e também dos próprios cidadãos. Apenas em 2010, a instituição coletou 316,3 mil toneladas de pneus inservíveis. Já são mais de 576 pontos de coleta espalhados pelo País.

No Brasil, os pneus inservíveis são reaproveitados de diversas formas, como combustível alternativo para as indústrias de cimento, na fabricação de solados de sapato, em borrachas de vedação, dutos pluviais, pisos para quadras poliesportivas, pisos industriais, asfalto-borracha e tapetes para automóveis.

 

GM se prepara para terceiro turno em São Caetano

Quem visita a sede da General Motors em São Caetano observa um entra e sai de candidatos a uma vaga de trabalho para o terceiro turno. Previsto para começar no próximo dia 6, o período noturno abriu 1.500 postos na unidade do Grande ABC.

Geralmente, são jovens que busca uma colocação na empresa que representa a maior fonte de arrecadação do município. Só de participação nos lucros, a GM pagou mais de R$ 10 mil a cada funcionário em 2010.

A montadora informou que possui amplo banco de candidatos e intensificou o processo de seleção para contratações de operadores de produção, além do treinamento.

A maioria será empregada na montagem de veículos. O terceiro turno de trabalho funcionará da 0h às 6h05. O primeiro turno se estenderá das 6h às 15h18, enquanto o segundo, das 15h13 à 0h12.

Com mais um período, a unidade ampliará capacidade produção de 200 mil veículos por ano para 250 mil. Também será responsável pela fabricação de quatro veículos completamente novos.

São Caetano faz atualmente o Astra (hatchback e sedã), Vectra, Vectra GT, Classic e a picape Montana. A GM tem 10.598 empregados em São Caetano. No Brasil, a empresa conta atualmente com efetivo de 22.894 empregados.




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